Carne bovina: Brasil amplia lista de frigoríficos com aval e deve reverter prejuízo após fim de embargo da China, diz ministro

Por Michele Mendes

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou à TV Globo na quinta-feira (23) que o governo brasileiro deve habilitar novos frigoríficos para exportarem carne bovina ao mercado asiático.

Com isso, diz Fávaro, o país deve recuperar – e até superar – os prejuízos causados por quase um mês de embargo da China à importação de carne bovina brasileira, motivado por um caso atípico de doença da vaca louca em uma propriedade no Pará.

O governo da China suspendeu o embargo na quinta-feira (23).

Frigoríficos de Rondônia, Espírito Santo e Paraná conseguiram também nesta quinta o aval do governo chinês para exportar carne bovina para o país asiático.

Segundo Fávaro, além dessas novas permissões, outras duas plantas que estavam com habilitações suspensas receberam permissão para retomar os negócios com a China.

“Portanto, há um conjunto de plantas frigoríficas que vão começar a exportar para a China. Pode reverter o período de 29 dias que ficamos sem exportar e, ainda, ter ganhos significativos com relação aos outros anos”, disse Fávaro.

O ministro não detalhou o prejuízo aferido, até o momento, com o embargo de 29 dias.

Segundo Carlos Fávaro, a China compra 61% da carne bovina exportada pelo Brasil e movimenta US$ 8 bilhões por ano só nesse setor.

Na avaliação do ministro, o prazo de quase um mês para a reversão do embargo não representa uma demora. Ele afirma que o tempo foi necessário para cumprir o rigoroso processo de investigação que, ao fim, apontou que o caso de “vaca louca” era isolado.

“Nós começamos então um processo que é o envio da contraprova da amostra ao laboratório canadense credenciado Organização Mundial de Saúde Animal – que, posteriormente, comprovou ser um caso atípico e que não causa risco à saúde humana. Depois, todas as outras informações adicionais, como o manejo dos animais nessa propriedade”, enumerou.

Aproximação Brasil-China

Ainda de acordo com o ministro, a missão do governo brasileiro na China tem como objetivo de retomar a “fraternidade” entre os dois países – que, segundo ele, foi abalada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“A relação de amizade nos últimos quatro anos não era das melhores. É importante o aumento das relações comerciais, dos intercâmbios que a gente está procurando estabelecer nessa missão”, afirmou.