Caso Júlia: entenda contradições que levaram padrasto a ser preso por morte de adolescente, em João Pessoa

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Francisco Lopes, padrasto de Julia — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

Foi preso na manhã desta terça-feira (12) Francisco Lopes, o padrasto da adolescente Júlia dos Anjos, de 12 anos, que sumiu na última quinta-feira (7), em João Pessoa, após ter confessado que matou a menina. O delegado Rodolfo Santa Cruz relatou ao g1 que contradições nos depoimentos do suspeito levaram a Polícia Civil a obter a confissão.

A Polícia Civil encontrou um corpo em um reservatório de água, na região da Praia do Sol, no bairro de Gramame, no mesmo local onde o suspeito indicou e próximo à casa da família. O corpo foi retirado do local na tarde desta terça-feira (12) e deve passar por exames para confirmar a identidade.

Conforme Rodolfo Santa Cruz, a primeira contradição que levou a polícia a desconfiar de Francisco foi ele ter dito, em depoimento, que ao sair para trabalhar, trancou a porta e jogou a chave para dentro de casa, pela janela. Depois, segundo o suspeito, a menina teria feito a mesma coisa. Porém, segundo o delegado, a chave dificilmente cairia exatamente no mesmo lugar ao ser arremessada da janela.

Júlia desapareceu na quinta-feira (7), em João Pessoa  — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução
Júlia desapareceu na quinta-feira (7), em João Pessoa — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

Outra questão que a Polícia Civil observou foi o celular de Francisco ter caído e quebrado no mesmo dia do desaparecimento da adolescente. Além disso, o suspeito estava com um corte no rosto e alegou ter sido um acidente com um barbeador, mas a sua barba não aparentava ter sido feita recentemente.

Rodolfo Santa Cruz afirmou também que a investigação vai checar uma informação dita pela mãe em depoimento, sobre a menina ter relatado dias antes de desaparecer que estava sendo observada.

“A mãe quando foi ouvida disse que há alguns dias, a menina alegou que estava sendo observada no quarto. Depois o padrasto saiu e pediu aos vizinhos se tinha imagens de TV”.

Delegado fala sobre prisão de padrasto que teria matado menina que sumiu em João Pessoa (veja vídeo clicando aqui)

Relembre o caso

Júlia dos Anjos morava com a mãe, Josélia Araújo, e o padrasto, Francisco Lopes, no bairro de Gramame, em João Pessoa, e desapareceu na quinta-feira (7), após ter saído de casa levando apenas o celular. A mãe relatou inicialmente que a filha havia recebido mensagens de uma mulher na quarta (6), que alegou gostar do perfil dela no Instagram, e teria se oferecido para dar dicas de marketing digital para a adolescente. A mulher desconfiava que esse poderia ter sido um dos motivos do desaparecimento da filha, hipótese que foi descartada posteriormente.

O padrasto da menina, Francisco, afirmou em entrevista à TV Cabo Branco nesta segunda-feira (11), que uma mulher, que ele conhecia mas não sabia o nome, teria visto a menina na Praia do Sol.

“Uma mulher que trabalha na Praia do Sol, eu conheço ela, mas não sei o nome, afirmou que viu Júlia e a gente está investindo nisso. Ela realmente conhece Júlia, e ela falou para mim, pessoalmente, que viu Júlia e que ela estava com um olhar de medo. Só que ela não sabia que Júlia tinha sumido, que os familiares estavam atrás dela, por isso não segurou a menina”, disse Francisco.

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