Caso Rafael Miguel: Cupertino faz exigência para dia do julgamento

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Paulo Cupertino Matias. Foto: Reprodução

No dia 10 de outubro, Paulo Cupertino será submetido a um júri popular. Em um documento enviado à Justiça, a defesa do homem, acusado de assassinar o ator de Chiquititas Rafael Miguel e seus pais, em 2019, fez uma exigência para o momento.

Segundo o apresentador Luiz Bacci, do Cidade Alerta, da Record, os advogados pediram que no dia do julgamento, Cupertino esteja sentado no banco dos réus com roupa comum, como calça, camisa, tênis “nomais”, e não com o uniforme do presídio.

“Segundo a alegação da defesa, isso fere a dignidade dele e acaba comprometendo o julgamento perante os jurados”, disse Luiz Bacci.

O jornalista ainda analisou qual seria a proposta do pedido de urgência feito pela defesa de Cupertino. “Ele será julgado por sete pessoas da sociedade, que serão sorteadas. Essas pessoas vão ser impactadas pela imagem do Cupertino. Então, o que a defesa imagine? Se o Cupertino já aparece com a roupa de presidiário, sublinarmente já fica na consciência das pessoas que ele é culpado. Então, o que ele quer? Aparecer com uma roupa normal, pra passar uma mensagem diferente para os jurados”, falou Bacci.

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Paulo Cupertino responde por triplo homicídio qualificado.

Carta ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP)

Paulo Cupertino, acusado de assassinar Rafael Miguel, escreveu uma carta de nove páginas para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), alegando inocência na morte do ator de Chiquititas. No texto, ele afirma que está sendo “massacrado e perseguido”.

O caso aconteceu em 2019, na zona sul de São Paulo. Na época, o crime chocou o país, uma vez que os pais do artista, que tinha 22 anos, também foram alvos da emboscada. A motivação teria sido ciúmes do namoro do famoso com Isabela Tibcherani, filha de Cupertino. Ele foi preso em 2022 e irá a júri popular no próximo dia 10 deste mês.

“Bem antes da minha prisão venho sendo acusado, massacrado e perseguido de formas e informações totalmente desprovidas [de verdade] e mentirosas”, destacou em um trecho.

Cupertino seguiu: “Assim contrariando todos os direitos e deveres do estado de direito, já estarei condenado injustamente e bem antes de lá estar [júri popular], estarei condenado, sem chance de defesa. Uma mentira contada dez vezes vale mais que mil verdades”.

O acusado ficou foragido por três anos após o assassinato de Rafael. Usando documentos falsos com o nome de Manuel Machado da Silva, Paulo vivia em Jataizinho, no interior do Paraná.

Ainda na mensagem, Paulo Cupertino esclareceu que não efetuou os disparos que atingiram Rafael Miguel e João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50. Na ocasião, para formalizar o relacionamento com Isabela, Cupertino os convidou para um jantar, de onde não voltaram vivos.

“Supõe ou achão [sic] que eu efetuei os disparos […] só ouvirão [sic] os tiros ecelencia [sic]”, justificou Paulo Cupertino, pedindo desculpas pelos erros de português.

Por fim, Paulo Cupertino pediu que seja solto pelo TJSP. “Peço a vossa ecelencia [sic] que me conceda o direito e minha liberdade de poder ter os mesmos direitos de quem acusa e meios e formas legais e asseguradas para provar minha inocência e ser feita a verdadeira e única justiça”, concluiu.

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