Marcola ganhou presente de Silvio Santos, diz tia do líder do PCC

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Marcola. Foto: Reprodução

Quando ainda era criança e estudava, Marco Willians Herbas, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi com a escola em uma excursão ao programa Silvio Santos e ganhou um par de tênis de apresentador.

A curiosidade foi revelada pela tia de Marcola, a aposentada Noêmia Oliveira, em depoimento ao documentário O Grito – Regime Disciplinar Diferenciado, produzido pela K2 e Real Filmes e exibido na Netflix.

Segundo a tia, o irmão de Marcola, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, que hoje tem 52 anos, “ficou com ciúme” do par de tênis que o apresentador deu de presente. Ela revelou ainda que precisou comprar um calçado do mesmo modelo para Marcolinha, como é conhecido o irmão. “Só as cores eram diferentes, para não misturar”, contou no documentário.

Noêmia relatou à equipe do documentário detalhes sobre a infância dos sobrinhos e disse que ambos eram muito inteligentes. Ela revelou que ficou muito triste ao saber que Marcola havia sido encaminhado à Fundação Casa, antiga Febem.

O documentário mostra o sentimento das pessoas próximas aos presos isolados no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), em vigor desde 2003 nas prisões brasileiras. O material tem relatos de juízes, desembargadores, advogados, policiais e ex-detentos.

Detenção na Fundação Casa

Noêmia contou que Marcola foi levado à Fundação Casa pela primeira vez após furtar um pacote de bolacha. Ela o encontrou descalço e deu uma bronca ao sobrinho. “Você tem tudo e não precisa fazer isso”, lembrou.

Em outro relato, a mulher relatou que sentiu um aperto no coração ao saber que Alejandro também havia sido preso. Ela tinha arrumado a mala dele, que saiu em viagem; logo depois, Noêmia recebeu a notícia da detenção. Marco, o Marcola, já estava preso.

Os dois irmãos estão detidos em presídio federal desde fevereiro de 2019. Na ocasião, foram transferidos da Penitenciária II de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, após o Ministério Público de São Paulo (MPSP) descobrir planos do PCC para resgatar seu líder daquela unidade prisional.

Desde então, a Justiça prorroga a permanência de ambos em presídios federais fora do estado paulista.

Os irmãos Marcola e Marcolinha acumulam condenações por vários crimes, incluindo assaltos a transportadoras de valores. Eles estão presos na Penitenciária Federal de Brasília. De acordo com a apuração do UOL, eles não se veem há algum tempo.

Marcola já soma 340 anos de prisão em regime fechado. Segundo o MPSP, ele assumiu a liderança do PCC após romper e expulsar os antigos líderes José Márcio Felicio, o Geleião, e César Augusto Roriz Silva, o Cesinha.

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