Em um encontro diplomático de alto nível jamais concretizado pelos talibãs, o diretor da CIA, William Burns, se reuniu secretamente com Mullah Abdul Ghani Baradar, um dos cofundadores e chefe político do grupo extremista Talibã. O encontro com o chefe da agência de inteligência do Estados Unidos ocorreu na capital do Afeganistão, Cabul, nessa segunda-feira (23), em meio ao agravamento da crise bélica e humanitária que põe o planeta em alerta.

O maior encontro entre o governo de Joe Biden e o Talibã, desde que o grupo extremista tomou a capital afegã e voltou ao poder após 20 anos, foi revelada pelo jornal The Washington Post e reproduzida por outros veículos de imprensa dos EUA.

A CIA se recusou a comentar com o jornal americano a reunião do Talibã com Burns, diplomata mais graduado do gabinete de Biden, segundo o The Washington Post.

Baradar negociava um cessar-fogo do grupo extremista com o antigo governo afegão, antes da sua queda. E foi o líder do acordo de paz firmado pelo Talibã com os EUA, durante o governo Donald Trump.

O antecessor de Biden pediu a libertação de Baradar, em 2018, para que participasse das negociações de paz. A soltura do líder do Talibã ocorreu oito anos depois de ter sido preso justamente em uma operação conjunta da CIA com  governo paquistanês, em Karachi, no sul do Paquistão.

Volta ao poder

Mullah Abdul Ghani Baradar voltou ao Afeganistão na terça-feira passada (17), após mais de dez anos no exílio. Foi a primeira vez que um líder talibã do alto escalão retornou publicamente ao país desde 2001, quando foram expulsos pelos EUA após os atentados do 11 de Setembro.

O grupo extremista foi retirado do poder pelos EUA por esconder e financiar membros da Al-Qaeda, grupo terrorista comandado por Osama bin Laden e responsável pela queda das Torres Gêmeas e o ataque ao Pentágono.

Poliana Skaf

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