
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou na manhã desta quarta-feira (11) uma Medida Provisória (MP) que autoriza a venda do etanol direto das usinas para os postos de combustível. A expectativa é que a mudança abra espaço no mercado para concorrência e, consequentemente, reduza os preços, mas será que vai funcionar?
Na teoria, quando há aumento na concorrência em algum setor, a tendência é que os preços fiquem menores. Mas existem muitas dúvidas de como essa MP vai ser implementada na prática, a analista de economia Priscila Yazbek, explica qual é a preocupação de alguns especialistas no setor.
“Na prática, a implementação da medida vai ser complexa. Isso porque, o posto deverá deixar um única bomba para cada fornecedor que comprar diretamente o etanol. Então, a bomba A vai ter um preço e a bomba B vai ter outro, e parece complicado separar as bombas e ter preços diferentes para o mesmo produto só por conta do fornecedor diferente”, disse a analista de economia
A analista ressaltou ainda que a assinatura da MP já impacta as ações de empresas na bolsa de valores. Por volta do meio dia, pouco após o anúncio, os papeis da BR Distribuidora caíam 4,2%; os da Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, recavavam cerca de 2%; e as ações da Ultrapar, 2,5%.
“Isso corrobora a tese de que, para o consumidor, pode ser positivo, já que as empresas podem ter que reduzir o preço para competir com esses novos produtores”, avaliou a analista.
*Publicado por Ligia Tuon
