Compostagem humana: conheça técnica que transforma corpo em adubo

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O estado de Washington foi o primeiro a legalizar esse método de enterro (Foto: Divulgação/Recompose)

Os avanços científicos e melhorias em questões como nutrição, saúde pública e saneamento, nos levaram a atingir a marca de 8 bilhões de habitantes no mundo, em 2022. Ainda que isso seja resultado do aumento da expectativa de vida, o crescimento populacional também traz implicações e desafios significativos para o planeta, já sobrecarregado com o impacto ambiental do desenvolvimento econômico dos últimos anos.

As mudanças climáticas, causadas principalmente pela emissão de gases de efeito estufa, por exemplo, são alguns desses desafios.

Diante desse dilema, são várias as iniciativas sustentáveis que tentam diminuir o nosso impacto no mundo. Uma delas é a compostagem humana, prática aprovada esta semana por Nova York, sexto estado dos Estados Unidos a aderir à redução orgânica natural.

O estado de Washington foi o primeiro a legalizar esse método de enterro, seguido por Colorado e Oregon, em 2021, e Califórnia, em 2022.

O processo ocorre da seguinte forma: o corpo é colocado em uma caixa de aço inoxidável cheia de materiais biodegradáveis dentro, como folha, pedaços de madeira, alfafa e palha. A mistura orgânica cria o habitat perfeito para micróbios naturais realizarem o trabalho de decomposição. O solo é então removido do vaso, testado para itens não orgânicos, como implantes de quadril, e deixado secar e curar por mais duas a quatro semanas.

Uma vez que o solo esteja completo, após seis a oito semanas, as famílias podem levá-lo para casa. O adubo pode ser usado em árvores, quintais, plantas domésticas e jardins floridos, assim como qualquer outro tipo de composto.

Para cada pessoa que escolhe a compostagem humana em vez de enterro convencional ou cremação, uma tonelada métrica de dióxido de carbono deixa de ser emitido. Isso ocorre porque o processo não usa gás fóssil como a cremação, e também não requer caixão e outros recursos necessários para um enterro tradicional. As informações são da pioneira na prática, a funerária ecológica de Seattle, Recompose, que já fez mais de 100 enterros ecológicos desde sua fundação, em dezembro de 2020.

A alternativa, no entanto, ainda é para poucos: custa US$ 7 mil, e está restrita aos Estados Unidos.

E aí? Você transformaria o seu corpo em solo?

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