Condomínios construídos em área de proteção ambiental são embargados em praia de Cabedelo, na Paraíba
Dois condomínios, localizados na Praia de Ponta de Campina, no município de Cabedelo, na Grande João Pessoa, tiveram a construção embargada após decisão da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), que considerou os empreendimentos como sendo construídos em área de proteção ambiental e causado danos na vegetação do local. A ação da Sudema seguiu uma recomendação do Ministério Público Federal. Com o embargo, as obras ficam suspensas.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), as construções ocasionaram na perda de vegetação natural de restinga e causaram danos a proteção de um corpo d’água localizado dentro do loteamento dos dois condomínios.
De acordo com as investigações, além do dano na vegetação, a construção dos empreendimentos na respectiva área em Ponta de Campina impactam também na procriação de tartarugas marinhas
As construções são de propriedade da Dimensional Construtora e do Grupo Setai. Esta reportagem entrou em contato com as empresas responsáveis pelas obras, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
Além da Sudema, o MPF também encaminhou recomendação para a Superintendência de Patrimônio da União (SPU) e também para a prefeitura de Cabedelo.
Em relação à SPU, a requisição foi de que o órgão emitisse os autos de infração e de multa, além de fazer constar os registros de infrações ambientais no documento dos imóveis em cartório. Esta reportagem entrou em contato com o superintendente da SPU, Giuseppe Marinho, que disse os empreendimentos ainda são “objetos fiscais” do órgão e que “as equipes ainda estão em avaliação”.
O MPF também recomendou ao município de Cabedelo que não emita a concessão do “Habite-se” para ambas as construções enquanto não forem resolvidas as irregularidades apontadas pela Sudema em relação ao meio ambiente.
Esta reportagem também entrou em contato com a prefeitura de Cabedelo sobre o pedido do MPF, que não comentou sobre a concessão do “Habite-se”, mas disse que “a prefeitura não foi a responsável pelo licenciamento da obra e nem pelo embargo em questão”.
O órgão federal conseguiu chegar a conclusão de que a área no qual os empreendimentos foram construídos impactaram negativamente na vegetação e na reprodução das tartarugas por visitas técnicas do próprio MPF e também de agentes da Sudema, além de análises de imagens feitas por meio de satélites.