Delator do PCC citou policial que faz segurança de Gusttavo Lima

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Rogerio de Almeida Felicio e Gusttavo Lima

Um dos policiais citados na delação premiada do empresário Antonio Vinicius Gritzbach é o agente da polícia civil Rogerio de Almeida Felicio, conhecido como “Rogerinho”. Influenciador, ele se apresenta como segurança do cantor sertanejo Gusttavo Lima e dono de uma incorporadora no litoral Sul de São Paulo. Hoje, seu salário na corporação é de R$ 7 mil.

O empresário Vinícius Gritzbach, 38 anos, havia feito acordo de delação premiada com o Ministério Público estadual (MPSP) na qual tinha acusado integrantes de quatro delegacias da Polícia Civil paulista de corrupção, além de entregar o esquema de lavagem de dinheiro que operou para integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Em um resumo de sua delação apresentado por sua defesa à Justiça, Gritzbach menciona os crimes de concussão e associação criminosa e os atribui aos agentes de segurança. Em um pequeno trecho da peça, sua defesa cita apenas que áudios comprovam “ilicitudes e arbitrariedades de Fabio Baena e toda a sua equipe, como Rogerinho, Eduardo Monteiro e outros”.

Segundo ele, a conduta desses policiais viciou a investigação sobre a morte do traficante Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, da qual Gritzbach é acusado pelo Ministério Público de ter envolvimento. Fabio Baena chegou a ser responsável pelo inquérito. A defesa fez até uma alerta sobre o fato de Eduardo Monteiro ser parente de alguém na corregedoria da Polícia Civil.

No caso de Rogerinho, não há mais detalhes. O agente é conhecido pela hiper exposição de sua vida nas redes sociais. Nelas, publica fotos ao lado do cantor Gusttavo Lima, para quem diz trabalhar como segurança privado. O cantor não é citado ou investigado no inquérito.

Também exibe imagens de empreendimentos de sua construtora no Guarujá, a Magnata, que foi aberta em 2017, com capital de R$ 30 mil. Além disso, Rogerinho também é sócio de uma clínica estética e uma empresa de segurança, chamada Punisher.

Nas redes sociais, Rogerinho chegou a dar uma entrevista ao Delegado da Cunha, hoje deputado federal pelo PP, em publicação de 2020. Ele é apresentado no programa como “o sniper da Polícia Civil”.

Execução no aeroporto

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach voltava de uma viagem junto com a namorada quando foi executado, na tarde da última sexta-feira (8/11), na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Ele foi morto com dois tiros de fuzil no rosto. Câmeras de segurança registraram o momento em que os atiradores descem de um carro preto e executam o empresário.

Outras três pessoas, sem nenhum vínculo com o empresário, ficaram feridas, segundo documento da Polícia Civil obtido pela reportagem. Entre elas, está o motorista Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos. Ele morreu um dia após ser encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Geral de Guarulhos. As outras duas vítimas, de 28 e 39 anos, passam bem.

Policiais são investigados

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que que “montou uma força-tarefa para investigar o crime que aconteceu na área externa do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na última sexta-feira (8)”. “Testemunhas e partes envolvidas já prestaram depoimento e os policiais militares que faziam a segurança de uma das vítimas foram afastados de suas atividades operacionais até o fim das investigações”.

“Além deles, outros policiais também são alvo de Inquérito Policial Militar, que corre sob segredo de Justiça há cerca de um mês. Paralelamente, a Polícia Civil instaurou uma apuração preliminar para apurar as denúncias contra agentes. As corregedorias das duas instituições acompanham as investigações para que todas as medidas pertinentes sejam adotadas, reiterando o compromisso e respeito às leis, à transparência e à imparcialidade”, diz.

Procurado, Rogerinho não se manifestou.

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