Documentário sobre Lula, sem espaço para oposição, recebe aplausos em Cannes

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Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Um coro de “olê, olê, olá” se uniu aos aplausos efusivos ao fim da estreia do documentário “Lula”, no Festival de Cannes, neste domingo. Dirigido pelo americano Oliver Stone, ao lado de Rob Wilson, o filme foi exibido em caráter especial e viu os ingressos para suas sessões se esgotarem rapidamente.

Eram os brasileiros que formavam a maior parte do público na estreia do filme que narra a trajetória recente do presidente brasileiro, mas outros idiomas também eram ouvidos na sala Agnès Varda.

Antes de a sessão começar, Thierry Frèmaux, diretor de Cannes, chegou a perguntar, brincando, quem ali amava o petista. Houve aplausos. “Não se preocupe, Oliver, sabemos como vai ser a recepção a esse filme”, ele respondeu, olhando para o diretor do filme.

“Este filme é sobre uma pessoa muito especial no mundo hoje”, disse Stone pouco antes. “Eu admiro muito este homem e sei que muitas pessoas das classes mais ricas o odeiam. A vocês que estão aqui hoje, não o odeiem, porque ele é uma alma maravilhosa.”

Stone venceu o Oscar de roteiro por “O Expresso da Meia-Noite” e dois de direção por “Platoon” e “Nascido em 4 de Julho”. Ele já gravou lideranças da esquerda latino-americana em “Comandante” e “Mi Amigo Hugo”, sobre o cubano Fidel Castro e o venezuelano Hugo Chávez, de quem era amigo.

Lula também já havia sido capturado por sua câmera, no longa “Ao Sul da Fronteira”, de 2009, em que Stone conversou com diversos líderes políticos da região.

Há meses “Lula” tem gerado interesse da imprensa e da cinefilia tanto nacionais quanto estrangeiras. Na tarde deste domingo, este repórter ouviu num restaurante da cidade um grupo de executivos americanos conversando, empolgados, sobre a sessão a que assistiriam em algumas horas.

No filme, a câmera de Stone e Wilson captura Lula como um grande estadista, criando para ele momentos grandiosos a partir de imagens de arquivo de emissoras brasileiras e estrangeiras, de trechos de documentários e especiais de TV sobre a sua vida e de imagens do arquivo pessoal do presidente.

“Obrigado por estarem aqui. Isso é comovente. É uma honra. Espero que vocês possam ver Lula como um ser humano, depois desse filme, e que possam ver que é possível, para todas as democracias do mundo, ter um líder como Lula, eleito para governar para o povo. Que faz promessas e que de fato entrega o que prometeu”, disse Wilson ao fim da sessão.

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