Dois empresários do DF e um de SP suspeitos de financiar acampamento bolsonarista em Brasília são presos pela PF

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Empresário Joveci Andrade, durante CPI dos Atos Antidemocráticos — Foto: André Duarte/Divulgação

Dois empresários do Distrito Federal foram presos na quinta-feira (29/2), na 25ª fase da operação Lesa Pátria, que investiga os ataques às sedes dos três poderes da República no dia 8 de janeiro de 2023. Também foi preso um empresário de Campinas.

A operação executou 34 mandados judiciais: 24 de busca e apreensão, três de prisão e sete de monitoramento eletrônico.

Os alvos são Joveci Xavier de Andrade Adauto Lúcio de Mesquita. Ambos são sócios da rede Melhor Atacadista e suspeitos de financiar o acampamento bolsonarista em Brasília. Em nota, a defesa dos empresários informou que “não obteve acesso à decisão”.

“A realização de apurações pelo Estado é considerada válida, e os investigados vêem agora a oportunidade de elucidar completamente as questões em aberto”, disse o texto.

Tanto a CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), quanto a CPMI dos Atos Golpistas, do Congresso Nacional, pediram o indiciamento dos empresários.

Joveci Xavier de Andrade

Joveci já foi apontado como um dos financiadores o acampamento bolsonarista que ficava em frente ao Quartel-General do Exército Brasileiro, além de fornecer transporte para radicais que cometeram os ataques.

Ouvido na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, Joveci negou ter participado dos ataques – mas, ao mesmo tempo, admitiu ter estado no local no momento dos atos de vandalismo.

Adauto Lúcio de Mesquita

Adauto é suspeito de transferir dinheiro para contas bancárias de golpistas, além de pagar o transporte até a Esplanada dos Ministérios no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.

Em relatório da Polícia Civil enviado à CLDF consta que, além de financiar os atos criminosos, Adauto também teria participado ativamente das manifestações golpistas. Em um vídeo divulgado em rede social, conforme investigações, Adauto apresenta um trio elétrico que teria sido alugado para alguma das manifestações e afirma que seria “o maior de Brasília”.

Apreensão de dólares e euros em Tocantins

Durante o cumprimento de um dos mandados de busca, em Palmas (TO), a Polícia Federal apreendeu cerca de 110 mil dólares e 26 mil euros com um dos alvos. Também foram apreendidas na casa 70 armas.

Dólares e euros em espécie apreendidos com um dos alvos de busca da Operação Lesa Pátria, em Palmas (TO) — Foto: Divulgação
Dólares e euros em espécie apreendidos com um dos alvos de busca da Operação Lesa Pátria, em Palmas (TO) — Foto: Divulgação

Lesa Pátria

Os sete alvos que devem ser monitorados por tornozeleira eletrônica são do Mato Grosso do Sul (1), Paraná (3), Rio Grande do Sul (1), São Paulo (1) e Minas Gerais (1).

Além disso, os 24 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Tocantins (8), São Paulo (6), Mato Grosso do Sul (2), Paraná (3), Rio Grande do Sul (1), Minas Gerais (1), Espírito Santo (1) e no Distrito Federal (2).

Ainda de acordo com a PF, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também determina o bloqueio de bens dos investigados – para que, se houver decisão judicial, seja possível ressarcir o patrimônio público pelos danos dos atos golpistas.

O que dizem as defesas

“A defesa de Adauto Lúcio Mesquita e Joveci Andrade não obteve acesso à decisão emitida pelo Senhor Ministro Alexandre de Moraes. Ressalta-se que, desde o início, houve esforços para esclarecer todos os fatos, compromisso que será mantido perante o Supremo Tribunal Federal.

A realização de apurações pelo Estado é considerada válida, e os investigados vêem agora a oportunidade de elucidar completamente as questões em aberto.

Eles reiteram seu compromisso com a democracia, o Estado de Direito, o respeito às Instituições, ao processo eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com especial ênfase na sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal.

O Grupo ao qual Joveci e Adauto são acionistas reitera que é contra o vandalismo e a intolerância política, e acredita que a democracia é feita com pensamentos diferentes, mas jamais com violência. A diretoria do Grupo respeita as Instituições brasileiras, a democracia e o Estado de Direito.”

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