Edição em braille do livro ‘Fogo Morto’ de José Lins do Rego é lançada, em João Pessoa

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Edição em 'Fogo Morto' foi transcrita por Hanna Pachu — Foto: Arquivo pessoal/Hanna Pachu

Por Luana Silva

O clássico livro ‘Fogo Morto’, do escritor paraibano José Lins do Rego, foi lançado em braille, nesta quarta-feira (7). O evento aconteceu no Museu José Lins do Rego, no Espaço Cultural, em João Pessoa, às 10h.

O lançamento marca a semana de comemoração do aniversário do escritor e dos 80 anos da publicação de ‘Fogo Morto’. A publicação é uma parceria da Fundação Espaço Cultural (Funesc) e Empresa Paraibana de Comunicação (EPC). A tradução para o braille foi feita por Hanna Pachu, com revisão é de Otto de Sousa.

A edição tem mais de 800 páginas e foi dividida em sete volumes, porque o braille é um sistema de escrita que ocupa mais espaço, como explicou Hanna Pachu.

“Primeiro faço a transcrição do livro, adequando todo o conteúdo às normas técnicas de produção de texto em braille, sendo necessário a divisão da obra em 7 volumes, pois como o braille é um sistema de escrita que ocupa mais espaço, a indicação é que cada volume fique no máximo em 120, 130 páginas braille”.

Após a transcrição, foi feita uma revisão minuciosa do material, para identificar se está de acordo com as normas da língua portuguesa, por uma pessoa especializada e que tenha deficiência visual. “É feita uma leitura minuciosa da obra, observando se cumpre as normas, se a impressão saiu correta ou se houve alguma falha pontual”.

Depois que a revisão e as correções são feitas, o material é impresso e passa por uma última análise para identificar possíveis erros na impressão.

Sobre ‘Fogo Morto’

‘Fogo Morto’ foi lançado em 1943 e retrata as transformações econômicas na Paraíba. O título faz referência ao Engenho Santa Fé, localizado na Zona da Mata do estado, que foi do sucesso à falência.

Esse é o último livro do ciclo da cana-de-açúcar. Antes dele, o autor lançou ‘Usina’ (1936), ‘O Moleque Ricardo'(1935), ‘Banguê’ (1934),’Doidinho’ (1933) e ‘Menino de Engenho’ (1932), que é o primeiro romance lançado por José Lins do Rego.

Quem foi José Lins do Rego

José Lins do Rego — Foto: Avervo/Museu José Lins do Rego/Funesc
José Lins do Rego — Foto: Avervo/Museu José Lins do Rego/Funesc

José Lins do Rego nasceu em 3 de junho de 1901, na Vila Pilar, no Engenho Corredor, interior da Paraíba. Na adolescência, foi estudar em Recife, onde se formou em direito, após terminar o ensino médio. Apesar de ter exercido a profissão, sua paixão e sonho de vida sempre foi a literatura.

Em 1932, publicou ‘Menino de Engenho’, que marca sua estreia e projeção nacional. Zé Lins então foi para Capital da República, o Rio de Janeiro, a convite de um editor. Sua publicação passa a ser quase anual, em uma produção de romances com o destino até seu ápice atingido com ‘Fogo Morto’, em 1943 , que até hoje é considerada a sua obra prima.

A obra literária de Zé Lins é dividida em três partes. O mais famoso é o Ciclo da Cana de Açúcar, que abrange seus livros mais falados como ‘Menino de Engenho’ (1932), ‘Doidinho’ (1933), ”Banguê'(1934) e ‘Fogo Morto’ (1943). O livro de 1932 foi a sua estreia como escritor.

Há também o Ciclo do Cangaço, formado pelos romances ‘Pedra Bonita’ (1938) e ‘Cangaceiros’ (1953), narram o misticismo do Sertão. É familiar o jeito que Zé Lins fala da seca e da sua violência. A última parte das suas obras são suas publicações independentes, crônicas, críticas literárias e ensaios.

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