Em João Pessoa, Instituto Cândida Vargas vai realizar frenotomia nos bebês recém-nascidos com ‘língua presa’

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Instituto Cândida Vargas (ICV). Foto: Ivomar Gomes

O Instituto Cândida Vargas (ICV), da rede municipal de saúde de João Pessoa, vai começar a realizar cirurgia de frenotomia nos bebês recém-nascidos que tenham anquiloglossia, conhecida como ‘língua presa’. A realização do procedimento cirúrgico na instituição é uma iniciativa integrante do Projeto Linguinha Solta JP, que será lançado pela Prefeitura de João Pessoa, nesta segunda-feira (9), às 14h, na maternidade.

Serão atendidos apenas os bebês nascidos no ICV e o objetivo é fazer a cirurgia logo após o resultado positivo do teste que dá o diagnóstico se o recém-nascido tem ou não a chamada ‘língua presa’. A coordenadora da área técnica de Saúde Bucal de João Pessoa, Camila Castelo Branco, explica que, na maternidade, o teste da linguinha é realizado por fonoaudiólogo em todos os bebês recém-nascidos e há três possibilidades de diagnóstico: positivo, negativo e duvidoso.

“Os bebês com resultado positivo passarão pelo procedimento de frenotomia, que será realizado por um cirurgião dentista. Os que tiverem resultado duvidoso, retornarão em 15 dias para um novo teste e, caso o resultado seja positivo, também passarão pela cirurgia. Então vamos oferecer não só o teste, mas também a resolução do caso”, destacou Camila Castelo Branco.

Para a segurança dos bebês, todo o processo para a realização da frenotomia e o pós-cirúrgico será acompanhado por uma equipe multiprofissional formada por fonoaudiólogo, pediatra, cirurgião dentista (odontopediatria) e consultora de amamentação.

Atualmente, o ICV já realiza o teste da linguinha em todos os bebês nascidos na instituição, em cumprimento ao que estabelece a lei nº 13.002/2014. Com o início do Projeto Linguinha JP, o ICV é a primeira maternidade na Paraíba a lançar um fluxo para a realização da frenotomia em recém-nascidos, cumprindo também a nota técnica nº35/2018, do Ministério da Saúde, que orienta sobre a identificação precoce da anquiloglossia, assim como estabelecer um fluxo de atendimento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Outras faixas etárias – Compreendendo que a anquiloglossia repercute além da amamentação, a área técnica de Saúde Bucal também organizou um fluxo para o atendimento de bebês e crianças até 12 anos de idade, que não tiveram o diagnóstico quando recém-nascidos. O atendimento começará na unidade de saúde da família (USF) de referência da criança, com a avaliação do cirurgião dentista.

Se o paciente possui ‘língua presa’, será encaminhado para um dos centros de especialidades odontológicas (CEO) da rede municipal de saúde, onde passará por avaliação do odontopediatria e, havendo necessidade, passará pelo procedimento de frenotomia. Após a cirurgia, o paciente será encaminhado para uma das policlínicas municipais para o acompanhamento com fonoaudiólogo.

Frenotomia – É um procedimento cirúrgico realizado para corrigir o freio ou frênulo da língua ou do lábio da criança quando há um encurtamento do mesmo, o que dificulta a movimentação da língua e pode comprometer os movimentos, interferindo na amamentação e nas funções orais como sucção, deglutição, mastigação e fala. A idade para se realizar a cirurgia deve ser avaliada individualmente, levando em consideração vários fatores, além da alteração física propriamente dita.

Texto: Thibério Rodrigues
Edição: Katiana Ramos

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