Em visita à Amazônia, Biden fará sobrevoo e visitará museu com área de floresta em Manaus

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O presidente dos EUA, Joe Biden, gesticula ao embarcar no Air Force One para partir para Washington da Base da Força Aérea de Maxwell, em Montgomery, Alabama, EUA, em 5 de março de 2023 — Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

A agenda do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em uma parte mais urbana da Amazônia brasileira inclui um sobrevoo na região, uma passagem pelo Musa (Museu da Amazônia), em Manaus, e uma declaração à imprensa.

A agenda foi divulgada pela Casa Branca na quinta-feira (14). A visita de Biden no Amazonas está prevista para o próximo domingo (17).

O presidente norte-americano deve se encontrar ainda com pesquisadores e lideranças indígenas, segundo a embaixada dos Estados Unidos no Brasil. A previsão é de que seja uma visita curta.

Ele voará de Lima, no Peru, onde participa da reunião da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico). Sob forte esquema de segurança, Biden chegará ao aeroporto de Manaus na manhã de domingo, conforme o previsto.

A viagem ao Rio de Janeiro, para participação na cúpula do G20, da qual o Brasil é anfitrião, ocorrerá no mesmo dia.

A Casa Branca descreve a visita a uma parte da Amazônia brasileira como a primeira a ser feita por um presidente dos Estados Unidos no exercício do cargo. A viagem tem como objetivo uma interação com lideranças indígenas e outros líderes que atuam na preservação da floresta, segundo comunicado da Casa Branca.

Entre 1913 e 1914, um ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt (1858-1919), participou de uma expedição pela Amazônia, passando por regiões de floresta intocada, ao lado do marechal Cândido Rondon (1865-1958), militar e sertanista brasileiro responsável por mapeamentos e avanços por regiões amazônicas pouco acessíveis na época. Roosevelt já era ex-presidente quando houve a expedição.

A equipe de Biden analisou três espaços para a composição da agenda de Biden: o Musa, um dos principais pontos turísticos de Manaus e um respiro verde na cidade de 2 milhões de moradores; o porto de Iranduba (AM), a 40 km de Manaus; e Novo Airão (AM), onde está o arquipélago fluvial de Anavilhanas.

O Musa é uma parte verde em Manaus. A cidade é pouco arborizada e se configura numa mancha urbana encravada na floresta amazônica.

O museu ocupa 100 hectares da reserva florestal Adolpho Ducke, do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). É um dos poucos lugares em Manaus onde turistas podem ter contato com a floresta. Há, no Musa, uma torre de 42 metros para observação das copas das árvores. Diversos grupos de pesquisa atuam no museu.

Já o porto de Iranduba, cidade acessível por rodovia, fica no rio Solimões, cujas águas se encontram com as do rio Negro mais à frente, na altura de Manaus.

O arquipélago fluvial de Anavilhanas, entre Manaus e Novo Airão, tem mais de 400 ilhas e 60 lagos, no curso do rio Negro. Segundo técnicos do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que administra o Parque Nacional de Anavilhanas, é o segundo maior arquipélago do tipo no mundo.

O museu, o mais fácil de ser visitado, acabou sendo o lugar escolhido para a visita presidencial em Manaus.

Biden tem agenda nos dois dias de cúpula do G20 –segunda (18) e terça (19). No último dia, ele participa do encerramento da cúpula e de um almoço de trabalho com o presidente Lula (PT). Regressa aos Estados Unidos no mesmo dia, conforme a agenda divulgada.

A viagem do presidente norte-americano ocorrerá dias depois da vitória do republicano Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris, vice-presidente, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Deve ser um dos últimos compromissos internacionais de Biden antes do fim do mandato em 20 de janeiro de 2025.

A relação entre o Brasil e os EUA deve passar por mudanças com a vitória de Trump —Lula havia dito que torcia por Kamala e chegou a sugerir que a volta do ex-presidente ao poder nos EUA seria “nazismo com outra cara”.

Após a eleição, o presidente brasileiro disse que Trump tem de pensar como um habitante do mundo, quando questionado sobre a possibilidade de o presidente eleito deixar o Acordo de Paris –compromisso entre países, no âmbito da ONU (Organização das Nações Unidas), para redução de emissões de gases de efeito estufa, de forma a evitar elevação da temperatura superior a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.

“E se ele pensa como o governante do país mais importante, mais rico do mundo, que tem mais tecnologia e que é melhor preparado do ponto de vista bélico, ele tem de ter a noção de que os Estados Unidos estão no mesmo planeta que eu estou —e que uma ilha de 300 mil habitantes”, disse.

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