Embaixada dos EUA em Madri recebe carta-bomba, a 6º em menos de 24 horas na capital espanhola

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Policiais da Espanha vigiam área isolada ao redor da Embaixada dos EUA no país, que recebeu carta-bomba, em 1º de dezembro de 2022. — Foto: Juan Medina/ Reuters

A Embaixada dos Estados Unidos foi o novo alvo de uma onda de cartas-bomba enviadas a endereços do governo e da diplomacia em Madri, na Espanha, desde quarta-feira (30). Na tarde da quinta-feira (1º), o prédio do governo norte-americano na capital espanhola recebeu uma correspondência com explosivos, que foi interceptada e desativada antes de ser aberta.

Esta é a sexta carta-bomba detectada na cidade em 24 horas. Até agora, a polícia espanhola já detectou correspondências similares nos seguintes endereços:

  • O gabinete do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez;
  • O prédio do Ministério da Defesa do país;
  • A base militar de Torrejón de Ardoz, a principal da Espanha;
  • A Embaixada da Ucrânia em Madri;
  • A Embaixada dos Estados Unidos em Madri;
  • Uma fabricante de armas em Zaragoza, no oeste

Segundo a polícia espanhola, o conteúdo do pacote de todas as cartas-bomba é similar. O remetente ainda não foi encontrado, mas investigadores afirmam que as correspondências foram enviadas de dentro da Espanha.

Apenas na Embaixada da Ucrânia, a correspondência provocou uma explosão – um funcionário, que abriu o pacote, machucou os dedos mas passa bem, segundo o embaixador ucraniano. Em todos os outros endereços, o conteúdo foi detectado antes de que fosse aberto.

Policiais da Polícia Nacional espanhola durante operação nos arredores da Embaixada da Ucrânia em Madri, em 30 de novembro de 2022.  — Foto: Paul White/ AP
Policiais da Polícia Nacional espanhola durante operação nos arredores da Embaixada da Ucrânia em Madri, em 30 de novembro de 2022. — Foto: Paul White/ AP

A Espanha, ao lado de países da União Europeia, apoia o governo da Ucrânia na guerra no país contra a Rússia e envia constantemente armamentos ao Exército ucraniano.

O único endereço para onde explosivos foram enviados e que não pertencem ao governo espanhol é justamente uma fabricante de armas, o que levantou a suspeita de que o remetente pode ter alguma ligação com grupos de apoio à investida da Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano.

Em setembro, em um pronunciamento após atacar Kiev, o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou a União Europeia caso os países do bloco continuassem a enviar armamento para a Ucrânia.

O Ministério do Interior do país ordenou que policiais e o esquadrão antibombas reforcem a segurança em todos os prédios públicos e sedes diplomáticas de Madri nesta quinta-feira.

O país tem um dos protocolos antiterroristas mais avançados da Europa. Além de ter sido palco de dezenas de atentados do grupo terrorista basco ETA nas décadas de 1990 e 2000, a Espanha teve um dos ataques terroristas mais sangrentos da história recente da Europa em 2004, quando membros da Al-Qaeda explodiram em sequência trens do metrô de Madri , matando 190 pessoas e deixando mais de 2.000 feridas.

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