Equipe de Trump irá à Arábia Saudita para costurar acordo de paz entre Rússia e Ucrânia

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, participa de reunião bilateral com o vice-presidente dos EUA, J. D. Vance, em paralelo à Conferência de Segurança de Munique, na Alemanh - Leah Millis - 14.fev.25/Reuters

Autoridades dos Estados Unidos e da Rússia se reunirão na Arábia Saudita nos próximos dias para iniciar negociações que visam encerrar a Guerra da Ucrânia.

O objetivo seria organizar um encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

A informação, divulgada no sábado (15) à agência de notícias Reuters inicialmente sob reserva, depois foi confirmada pelo presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes americana, Michael McCaul.

Na Conferência de Segurança de Munique, ele disse que o objetivo das conversas será organizar um encontro entre os três presidentes “para finalmente trazer a paz e acabar com este conflito”. O Departamento de Estado dos EUA não se pronunciou sobre os planos.

Segundo o deputado, viajarão para o país no Golfo o secretário de Estado americano, Marco Rubio; o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz; e o enviado da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Zelenski —que esteve com o vice-presidente americano, J. D. Vance, às margens da conferência na Alemanha—, disse que a Ucrânia não foi convidada para as negociações e que Kiev não se envolveria com Moscou antes de consultar parceiros estratégicos.

No domingo (16), o presidente ucraniano anunciou que chegou aos Emirados Árabes Unidos em uma visita para abordar um “grande programa humanitário”, antes do aguardado encontro Trump e Putin.

Antes, na sexta, ele tinha dito que também tinha planos de visitar a Arábia Sauditae a Turquia, mas acrescentou que não pretendia se encontrar com autoridades dos EUA ou da Rússia durante essas viagens.

Não ficou claro quem seria o enviado da Rússia para a cúpula neste cenário.

No domingo (16), o secretário de Estado americano, Marc Rubio, disse que os próximos dias serão cruciais para avaliar a seriedade de Putin em relação à paz na Ucrânia e minimizou preocupações europeias sobre a exclusão de líderes do continente para as conversas iniciais entre Rússia e EUA —nenhum país do continente afora a Ucrânia a princípio seria convidado para o encontro.

Rubio, que havia conversado com o chanceler russo, Serguei Lavrov, na sexta-feira (14), enfatizou ainda que o processo de negociação ainda não começou de fato.

“O presidente Trump falou com Vladimir Putin na semana passada. Putin expressou seu interesse pela paz, e o presidente expressou seu desejo de ver um fim a este conflito de uma maneira duradoura e que protegesse a soberania ucraniana”, afirmou ele à CBS. “Agora, obviamente, isso tem que ser seguido por ações, então as próximas semanas e dias determinarão se isso é sério ou não. No final das contas, uma ligação telefônica não faz a paz.”

Trump, que assumiu o cargo em 20 de janeiro, prometeu repetidas vezes acabar rapidamente com a guerra na Ucrânia. O republicano ligou para Putin e para Zelenski na última quarta-feira (12).

Se os movimentos do americano já tinham deixado os países aliados de Washington na Europa ressabiados com a possibilidade de serem jogados para escanteio nas negociações, essa apreensão só aumentou depois da Conferência de Munique, quando Vance passou ao largo da questão ucraniana em seu discurso.

Também no domingo, assim, a França confirmou a realização de um encontro entre líderes europeus para discutir a guerra e a questão de segurança do continente, numa tentativa de responder concretamente à abordagem unilateral americana do conflito.

A Rússia controla um quinto da Ucrânia e vem avançando lentamente na sua frente leste há meses. O Exército de Kiev, por sua vez, enfrenta escassez de soldados e, além de tentar proteger seu território, também busca manter um pedaço de solo no oeste russo sob seu domínio.

Moscou exige que os ucranianos cedam parte de suas terras e se tornem permanentemente neutros sob qualquer acordo de paz. Os ucranianos, por sua vez, exigem que os russos se retirem das terras invadidas desde o início da guerra, em 2022, e buscam entrar na Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos EUA, para evitar novos ataques de Moscou.

Os EUA e a Europa deram à Ucrânia dezenas de bilhões de dólares em ajuda militar desde que a guerra começou.

Com Reuters

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