“Escolha de Pochmann para o IBGE é um perigo para as estatísticas”, diz Bacha

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Marcio Pochmann. Foto: Reprodução

Por Raquel Landim

O economista Edmar Bacha, que presidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em meados da década de 1980, disse em entrevista à CNN que a escolha de Marcio Pochmann para comandar o órgão é um “perigo” para as estatísticas brasileiras.

Bacha participou do time que formulou o Plano Real e foi apoiador da candidatura da ministra Simone Tebet, do Planejamento, órgão ao qual o IBGE está subordinado.

“É um perigo para as estatísticas. Houve um ataque à ciência, à cultura no Brasil no governo Bolsonaro. E agora o país vai colocar como centro do sistema alguém que fez uma desastrosa administração no Ipea. É um enorme risco para a credibilidade do sistema estatístico nacional”, diz Bacha à CNN.

Análise da indicação de Pochmann para o IBGE

O economista Marcio Pochmann foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no governo Dilma Rousseff e é questionado por ter afastado técnicos que não compartilhavam de sua linha de pensamento heterodoxo.

Bacha explica que o IBGE não tem papel central na política econômica, mas tem funções importantes, que impactam, por exemplo, na divisão de recursos públicos como os fundos de participação dos estados.

Nos resultados preliminares, por exemplo, o censo indicou crescimento da população nos estados do Sul e Centro-Oeste, que votaram majoritariamente na direita, e estagnação do aumento da população no Nordeste, que votou na esquerda.

A reportagem entrou em contato com Marcio Pochmann para pedir um posicionamento e aguarda retorno.

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