Estátua de Iemanjá, danificada há quase 7 anos, será reformada, diz prefeitura de João Pessoa

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Estátua de Iemanjá, localizada na praia do Cabo Branco, em João Pessoa — Foto: Luana Silva/g1

Na quinta-feira (2), Dia de Iemanjá, a Secretaria de Planejamento de João Pessoa (Seplan) informou que a estátua do orixá, que está danificada há quase sete anos, será reformada. A imagem, localizada na praia do Cabo Branco, em João Pessoa, está danificada desde março de 2016, quando foi alvo de vandalismo.

Não foi informada uma data para o início das obras, nem se a estátua será restaurada ou substituída, mas a secretaria afirmou que há um planejamento em fase de conclusão. O órgão revelou ainda que a estátua terá uma proteção para evitar ser alvo de vandalismo e que a praça terá área de vegetação, bancos, plantio de coqueiros, estacionamento e um largo central como espaço multiuso.

Plano de mudança de local

Estátua de Iemanjá, em João Pessoa, foi vandalizada em 2016 — Foto: Luana Silva/g1
Estátua de Iemanjá, em João Pessoa, foi vandalizada em 2016 — Foto: Luana Silva/g1

Saulo Gimenez, do Fórum de Diversidade Religiosa da Paraíba, afirmou que lideranças das religiões de matriz africana se reuniram com a gestão anterior. Foi-lhes informado que a praça seria desativada e que a imagem seria realocada para um espaço mais movimentado, já que a estátua havia sido alvo de vandalismo em outra ocasião.

Em reuniões envolvendo as lideranças religiosas e representantes da prefeitura, ficou decidido que a estátua iria para o Largo da Gameleira, em Tambaú. “Ela ficaria bem próxima ali ao antigo píer e ao mercado de pescadores, até por conta da proximidade do orixá com os pescadores”, explicou Saulo.

Como a imagem ficou muito danificada, foi decidido também que seria substituída. O representante do Fórum da Diversidade Religiosa lembra que um vereador da capital chegou a prometer que doaria outra estátua, algo que não aconteceu. Com o passar do tempo e mudança de gestão municipal, o plano da nova estátua de iemanjá não saiu do papel.

0 Fórum de Diversidade Religiosa da Paraíba vai tentar marcar uma reunião com a gestão atual para que o projeto tenha continuidade. A data da reunião ainda não foi definida.

“Vamos verificar se a gente tem condições de dar continuidade ao processo. Vamos marcar uma reunião com o prefeito para que a gente possa conversar sobre o processo da estátua”.

Até a obra sair do papel, quem passa pela praça Mãe Iemanjá, no Cabo Branco, vê a imagem sem cabeça, um registro do vandalismo, que é considerado por lideranças das religiões de matriz africana como um resultado da intolerância religiosa.

Relembre o caso

A estátua de Iemanjá, localizada na beira do mar do Cabo Branco, está sem a cabeça desde o mês de março de 2016, quando foi alvo de vandalismo. Em abril de 2013, a estátua teve sua cabeça arrancada e as mãos decepadas. À época, o Patrimônio Artístico e Cultural de João Pessoa restaurou a imagem da divindade considerada pelas religiões de matriz africana rainha do mar.

Na época, o caso de vandalismo repercutiu nas redes sociais. Adeptos das religiões de matrizes africanas reclamaram de intolerância religiosa, prática considerada criminosa conforme a lei federal 9.459 de 1997. A lei especifica que “serão punidos os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A pena prevista para o crime é a reclusão de um a três anos, além de multa.

Saulo lembra que uma denúncia foi formalizada, mas que as investigações não conseguiram identificar nenhum suspeito. “Infelizmente, por se tratar de um local ermo, a polícia não conseguiu nenhum tipo de informação, nem através de câmeras, nem através de testemunhas, porque como foi à noite ali não tem um fluxo de pessoas” .

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