Ex-policial do Bope é preso com arma dentro de carro de luxo

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Pessanha foi denunciado pelo Ministério Público em 2019 por fazer parte de uma milícia que atua na Zona Oeste — Foto: Reprodução

O ex-policial militar do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Ronny Pessanha de Oliveira, de 33 anos, foi preso na noite de terça-feira durante uma abordagem do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes, na Estrada do Itanhangá, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Pessanha, que já integrou uma milícia, agora é suspeito de se aliar a traficantes da região da Muzema. Em 2021, ele foi acusado pelo Ministério Público do Rio de cobrar taxas de construtores na favela. O policial, conhecido como ‘Caveira’ ou ‘Neguinho do Bope’, foi preso em dezembro de 2020 e ficou pouco mais de um ano na cadeia.

Dessa vez, apesar de ter sido preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, o ex-caveira pagou R$ 8 mil de fiança e foi liberado. Ele irá responder em liberdade. A arma foi encontrada dentro do carro dele, uma Mercedes Benz, avaliada em aproximadamente R$ 220 mil. Além da arma, os PMs também encontraram uma identidade falsa de policial militar.

Segundo a Polícia Civil, depois de integrar uma milícia, Pessanha passou a dar treinamento para traficantes do Comando Vermelho, com o objetivo de auxiliar a facção na invasão de territórios da milícia e de outras facções criminosas rivais.

Segundo o MP, Pessanha, que foi preso em 2020, era aliado de Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, um dos chefes da milícia de Rio das Pedras. E se valia da amizade com o criminoso para organizar eventos, como shows e festas, na favela. Tailon foi o miliciano confundido com um dos ortopedistas que sofreram ataque de traficantes na Barra da Tijuca, em outubro de 2023.

Atuação do ex-PM

Na denúncia, um construtor afirma que, em 2015, foi abordado por Pessanha no local onde estava sendo erguido um prédio, em Rio das Pedras. Segundo a vítima da extorsão, o policial saiu de um carro apontando um fuzil em sua direção e determinou que pagasse R$ 50 mil para que pudesse construir ali. Segundo o relato, se o pagamento não fosse feito, ele mataria o homem e toda a sua família. A extorsão foi comprovada mediante os comprovantes das transferências feitas para a conta do PM.

O nome dele também aparece numa conversa encontrada no celular de um miliciano. O homem, na ocasião, questionava um comparsa se o ex-PM havia pedido autorização do chefe da milícia para fazer um show em Rio das Pedras, que estava sendo divulgado em redes sociais. “Vai ver ele tá fazendo alguma coisa porque é amigo do Taillon”, afirma um dos milicianos.

Pessanha já foi lotado no 9º BPM (Rocha Miranda), no Batalhão de Operações Especial (Bope) e também no 41º BPM (Irajá), até ser expulso da corporação em setembro de 2023 . De acordo com o MP, ele comandava a segurança do grupo paramilitar. Ele também é apontado como o dono de um dos prédios demolidos durante operação conjunta com a prefeitura na Muzema, em 2021.

O advogado Felipe Simão afirmou que ele “foi preso com a arma particular e legalizada e por ser ex-policial, morar em área de risco e ter medo de morrer estava carregando a mesma”. O defensor ainda afirma que “a identidade dele não era falsa e sim a da PMERJ que não havia sido recolhida.”

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