Filipino preso por tráfico de cocaína é condenado após usar doença do filho para escapar de sentença; entenda
Um tripulante filipino foi condenado a oito anos, um mês e seis dias de prisão em regime fechado por ter participado do embarque de 405 kg de cocaína em um navio no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. A Justiça Federal não acatou o argumento da defesa do homem, de que ele teria se envolvido com o tráfico para custear o tratamento do filho, de 5 anos, supostamente com uma doença renal.
Com base na sentença, obtida pelo portal na quarta-feira (21), a justificativa do tripulante foi considerada pelo juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos, uma tentativa dele de se esquivar da pena.
Para o magistrado, o homem não comprovou que os U$ 26 mil obtidos de forma ilícita seriam usados para tratar o filho. Afora isso, o juiz destacou que o tripulante tinha alternativas legais para ajudar a criança, caso esteja doente.
Ainda com base no documento, o filipino informou que tinha como função vigiar as drogas, mas o juiz apontou, ao tomar a decisão, que as provas coletadas no celular do acusado e as imagens de câmeras de monitoramento comprovaram o contrário.
De acordo com o magistrado, o tripulante coordenava integralmente a logística para o embarque da cocaína.
“Existem fortes indícios da participação do acusado em outras operações relacionadas ao tráfico internacional de substâncias entorpecentes, tudo sinalizando que não foi a primeira vez que se dedicou a atividades criminosas”, apontou o juiz Roberto Lemos dos Santos.
O caso
A Polícia e a Receita Federal apreenderam 405 quilos de cocaína em uma embarcação que estava atracada no Porto de Santos e tinha como destino a Argentina. Na ocasião, em 10 de novembro de 2023, o sistema de monitoramento flagrou o filipino puxando uma bolsa com whisky para dentro da embarcação.
Apesar de não ter nada irregular na bagagem, os agentes começaram uma inspeção no navio e encontraram a droga dentro de caminhões embarcados. Segundo a PF, o tripulante contou aos policiais que participava de um esquema de envio de drogas a outros países.