Um ofício encaminhado ao Ministério da Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) comunicou a suspeita de desvio de medicamentos contra a malária, destinados à população Yanomami, para os garimpeiros ilegais.
No documento, datado do dia 18 de janeiro, a Fiocruz pede que o Ministério da Saúde realize um rastreamento da distribuição do medicamento “artesunato + mefloquina” distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Tivemos a informação que a medicação está sendo vendida por garimpeiros, próximo à comunidade da tribo indígena Yanomami, na Amazônia”, cita o ofício.
O pedido da Fiocruz aconteceu após o portal “InfoAmazonia e o Vocativo” informar que os medicamentos estavam sendo comercializados por garimpeiros ilegais via WhatsApp.
A Fiocruz informou que o lote do medicamento possivelmente desviado teria sido produzido e distribuído pela unidade de Farmanguinhos, um dos laboratórios da fundação no Rio de Janeiro. Segundo a apuração do InfoAmazonia, o medicamento era vendido por preços entre R$ 150 e R$ 200.
O Ministério da Saúde informou que apura a denúncia e irá investigar o caso junto aos órgãos competentes.
Crise dos Yanomamis
A população Yanomami sofre com o avanço do garimpo ilegal dentro dos seus territórios, em Roraima. Com casos de desnutrição, malária e diarreia aguda, os indígenas estão sendo socorridos pelo governo federal para tratamento no hospital municipal de Boa Vista e no hospital de campanha da Força Aérea Brasileira (FAB).
A Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista informou que 60 indígenas seguem internados no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA).