Governadores do Nordeste e do Norte suspendem compra da Sputnik V

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Importação da vacina russa recebeu autorização da Anvisa há 2 meses, mas com várias condicionantes

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), anunciou nesta quinta (5) a suspensão da compra da vacina russa Sputnik V pelo Consórcio Nordeste.

“Lamentavelmente, tenho que informar (…) Nós tivemos a suspensão da entrega destas vacinas. E mais: agora também acertamos da suspensão do contrato até que se tenha uma decisão, até que se tenha a autorização, a liberação para o uso da vacina Sputnik no Brasil”, disse Dias, em vídeo divulgado pelo Consórcio Nordeste.

A decisão também vale para o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal.

Os dois grupos de governadores pretendiam comprar 37 milhões de doses da vacina russa, que é aplicada em duas doses.

Dias lamenta no vídeo o que chamou de “não inclusão pelo Ministério da Saúde da vacina Sputnik no Plano Nacional de Imunização”. Porém, as projeções de entregas de vacinas do ministério incluem a Sputnik V – a última projeção inclui 10 milhões de doses na tabela.

Em 4 de junho, há dois meses, a Anvisa autorizou a importação da russa Sputnik V e da indiana Covaxin, mas com uma série de condicionantes. Elas podem ser aplicadas em até 1% da população de cada estado (no caso da Sputnik V) ou até 1% da população do Brasil (no caso da Covaxin, cujo pedido de importação é do Ministério da Saúde).

Tem mais: as vacinas russa e indiana só podem ser aplicadas em uma lista específica de centros de referência. Existem apenas 53 em todo o Brasil. Ou seja, elas não podem ser aplicadas na enorme maioria dos postos de saúde.

Nesta terça (3), o governador da Bahia, Rui Costa (também do PT), já havia adiantado que o consórcio poderia desistir da compra da vacina russa.

Wellington Dias mudou o discurso. Um dia depois da aprovação condicional da Anvisa, ele cantou vitória. Seu texto na época não citava as restrições impostas pela agência, como permitir a aplicação da vacina em até 1% da população de cada estado.  No Piauí de Dias há apenas um centro autorizado a aplicar a Sputnik V e a Covaxin, o Hospital Infantil Lucídio Portela, na capital Teresina.

Até hoje, nenhuma dose de Sputnik V ou de Covaxin chegou ao Brasil.

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