Governo destina R$ 700 milhões para obras em 138 patrimônios históricos; veja estados com mais projetos

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Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, é um dos patrimônios que deverá ser restaurado com recursos do Novo PAC, segundo o Iphan — Foto: Paula Giolito/Folhapress

Por Lígia Vieira

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) detalhou nesta semana os investimentos em patrimônio cultural previstos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo o órgão, R$ 700 milhões serão destinados a obras em 138 instalações.

De acordo com representantes do Iphan, além dos R$ 700 milhões para 138 patrimônios pré-selecionados, R$ 37 milhões estão reservados para a seleção de novos projetos de restauração.

Com esses investimentos, o instituto espera não só realizar reparos em edificações históricas, mas também “conscientizar a população e estimular a preservação desses bens”, explicou Leandro Grass, presidente do Iphan, em evento voltado a jornalistas.

Além disso, afirma o órgão, trata-se de uma forma de aquecer a economia e de incentivar políticas de cultura, educação, esporte e lazer.

“O patrimônio gera emprego e gera desenvolvimento”, declarou no evento Andrey Schlee, diretor do departamento de patrimônio material e fiscalização do Iphan.

Entre os projetos já selecionados, Minas Gerais se destaca por ser a unidade da federação com mais obras aprovadas e maior orçamento para realizá-las. Cidades históricas do estado, como São João Del Rei, Mariana e Ouro Preto, terão igrejas, capelas e outros patrimônios tombados reformados.

No Rio de Janeiro, o Palácio Gustavo Capanema também está na lista. O edifício foi sede do Ministério da Educação e da Saúde e é considerado um marco da arquitetura moderna brasileira.

Projetos por estado

Os 138 patrimônios que já foram selecionados estão em 17 estados e deverão passar por reformas até 2026.

Veja abaixo a lista dos estados com mais projetos e o orçamento que vão receber para obras em seus patrimônios:

Estados que vão receber obras em patrimônios culturais

QUANTIDADE DE OBRAS ORÇAMENTO
MINAS GERAIS 54 R$ 213.232.385
PERNAMBUCO 12 R$ 85.302.283
MARANHÃO 11 R$ 44.907.708
RIO GRANDE DO SUL 9 R$ 76.007.016
PARAÍBA 8 R$ 20.109.364
SERGIPE 8 R$ 31.015.075
RIO DE JANEIRO 7 R$ 22.420.178
MATO GROSSO DO SUL 6 R$ 17.838.596
CEARÁ 5 R$ 4.129.107
SANTA CATARINA 5 R$ 16.795.624
MATO GROSSO 3 R$ 2.762.254
SÃO PAULO 3 R$ 27.615.672
BAHIA 2 R$ 44.961.614
PARÁ 2 R$ 85.688.856
RIO GRANDE DO NORTE 2 R$ 5.019.451
ALAGOAS 1 R$ 55.803
PARANÁ 1 R$ 2.257.856

Seleção de novos projetos

A outra parte do orçamento do Novo PAC voltado ao patrimônio – R$ 37 milhões – será destinada a um edital que vai selecionar 100 projetos de restauração de patrimônios culturais.

Prefeituras e governos estaduais interessados poderão inscrever propostas, a partir desta segunda-feira (9), através do site do Iphan. As inscrições ficarão abertas até o dia 10 de novembro.

A ideia do instituto é que esses projetos tenham planos de ocupação dos locais e promovam participação da comunidade no espaço. Munícipios de todo o Brasil vão poder participar dessa concorrência.

“A gente quer receber boas propostas de conservação e manutenção de patrimônios. Bens em estado crítico serão prioritários nesse edital”, informou Leandro Grass.

Leandro Grass, presidente do Iphan — Foto: TV Globo/Reprodução
Leandro Grass, presidente do Iphan — Foto: TV Globo/Reprodução

Auxílio a imóveis históricos

Um outro anúncio que foi feito pelo Iphan durante o evento com jornalistas é a assistência técnica gratuita para moradores de baixa renda que residem em centros históricos.

A ideia é dar um auxílio técnico para preservar imóveis residenciais em casos que o morador tenha uma renda menor do que três salários mínimos e comprove que não consegue restaurar o local.

“Estudantes universitários e de institutos federais, técnicos das prefeituras e do Iphan farão levantamento e vão realizar obras nas fachadas, obras hidráulicas e o que mais for necessário para aquela casa se manter preservada”, disse o presidente do instituto.

O projeto está em fase de implementação e será realizado em, pelo menos, 16 cidades brasileiras.

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