Governo prevê novo drama para aprovar PEC dos Precatórios no Senado

Fernando Bezerra. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
No cenário traçado pelo governo, a PEC dos Precatórios deverá repetir, no Senado, o drama que passou na Câmara dos Deputados, onde a proposta foi aprovada em primeiro turno, com votação apertada.
Pelos cálculos do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o Executivo teria, hoje, entre 51 e 53 votos favoráveis à matéria. O número corresponde a pouco mais dos 49 senadores necessários para aprovar uma PEC.
Esse placar será obtido, segundo interlocutores de Bezerra, que é o relator da proposta, após as mudanças que o emedebista promete fazer para atrair apoio nas duas maiores bancadas do Senado: MDB e PSD.
O líder do governo já sinalizou, por exemplo, que irá modificar o texto para transformar o Auxílio Brasil em um benefício permanente e colocar o pagamento dos precatórios do Fundef como prioridade.
O Fundef é o antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, que acabou substituído pelo atual Fundeb.
Oposição promete resistir
As alterações, entretanto, não devem satisfazer o trio de senadores que apresentou projetos alternativos: José Aníbal (PSDB-SP), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR).
Embora a liderança de governo entenda que as mudanças atendem “em parte” aos pedidos dos parlamentares, os três prometem, nos bastidores, uma “batalha no plenário” para tentar alterar ainda mais o texto.
Bezerra se reuniu várias vezes nesta semana com o trio, mas nenhuma conclusão foi alcançada. A negociação ainda estaria “em andamento”, segundo o senador Alessandro Vieira.
“Vamos disputar voto”, disse à coluna o senador Alessandro Vieira. Nas contas preliminares de opositores, a PEC pode ter até 35 senadores votando de forma contrária, mais do que suficiente para enterrar a proposta.