Guerra no Oriente Médio: governo quer que Petrobras aguarde antes de alterar preços de combustíveis no Brasil

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Foto: Agência Petrobras/Stéferson Faria

A Petrobras, na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não deve reagir imediatamente ao aumento da tensão nos mercados por causa da entrada direta do Irã no conflito no Oriente Médio.

Primeiro, deve esperar se e como será a resposta de Israel aos ataques do Irã. Além disso, deve aguardar se realmente haverá uma piora no mercado, e se uma eventual disparada no preço do barril do petróleo será permanente.

Será um teste para a Nova Estratégia Comercial da Petrobras, que, lembram assessores da estatal, tem a “virtude de não transferir a volatilidade para o consumidor imediatamente”.

Na segunda-feira (15), o mercado futuro do barril do petróleo abriu em leve baixa, cotado na casa de US$ 89,60, mas oscilando e podendo mudar de direção a depender das notícias vindas de Israel e Irã.

Na avaliação do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, o petróleo pode superar os US$ 100, “mas não é certo”.

Segundo ele, o que pesa para um preço mais comportado é a eficiência demonstrada por Israel na sua defesa aos drones iranianos. “Outro fator a ser analisado é se o Irã vai se dar por satisfeito e tudo ficará do jeito que está”, afirmou.

Ele destaca que a oferta dos países que não pertencem à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) voltou a crescer e a economia mundial continua com juros altos.

“Portanto, não me surpreenderia que o barril continue abaixo dos US$ 100. Lembrando que na última semana chegou a 90. Quanto à defasagem no caso da gasolina, está acima de 20%, e do diesel acima de 10%”, acrescentou Adriano Pires.

Diplomacia

No campo diplomático, a intensidade dos efeitos do agravamento da guerra no Oriente Médio na economia brasileira e mundial vai depender exatamente da resposta de Israel aos ataques do Irã.

O governo iraniano disse que o ataque foi pontual e já está concluído, como um ato de defesa pelos ataques de Israel à embaixada do Irã na Síria.

Líderes mundiais estão pedindo para que Israel não revide e evite uma escalada da crise na região. O fato é que os mercados já estavam instáveis por causa de uma inflação mais persistente nos Estados Unidos, levando a um atraso no início da queda dos juros por lá.

Agora, a situação no Oriente Médio é um novo fator de tensão nos mercados. Isso tudo vai tornar a vida da equipe econômica no Brasil mais complicada e pode afetar a estratégia do Banco Central de redução da taxa de juros.

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