Israel destrói aldeias palestinas no sul da Cisjordânia
Por Associated Press
O exército de Israel demoliu casas, tanques de água e olivais em duas aldeias palestinas no sul da Cisjordânia, onde alguns moradores correm o risco de despejo iminente, disseram moradores na quarta-feira (4).
Uma das aldeias cujos edifícios foram demolidos na terça-feira faz parte de uma área árida da Cisjordânia conhecida como Masafer Yatta, que o exército israelense diz ser um local de treinamento de fogo. Cerca de 1.000 residentes das oito aldeias que compõem a região estão prestes a ser expulsos, uma ordem que a Suprema Corte de Israel confirmou em maio, após uma batalha legal de duas décadas.
De acordo com imagens compartilhadas por moradores e ativistas locais, veículos blindados escoltaram as equipes de máquinas pesadas até as cidades de Ma’in e Shaab al-Butum, que fazem parte de Masafer Yatta.
“Este é o quarto dia do Ano Novo, e esta é a quinta vez que essas árvores foram cortadas e destruídas por colonos israelenses extremistas”, postou um morador da região, no Twitter.
This is the fourth day of the New Year, and this is the fifth time that these trees have been cut down and destroyed by extremist Israeli settlers, in Sumud Freedom Garden in My Village (Tuwani) !
We will plant again , our hope is bigger than your crimes , Free Palestine 🇵🇸 pic.twitter.com/Jd0NMivWFs
— mohammad hureini (@MohammadHureini) January 4, 2023
Guy Butavia, um ativista do grupo israelense de direitos humanos Taayush, disse que o exército destruiu cinco casas, currais e cisternas, despejando os pertences das pessoas no deserto.
“Eles vêm e destroem sua casa. É inverno. Faz frio. E agora que? Onde você vai dormir essa noite?”, questionou Butavia.
A maioria dos moradores da área não se mudou apesar da decisão, mesmo com a chegada periódica das forças de segurança israelenses para demolir as estruturas. No entanto, eles podem ser expulsos a qualquer momento.
Oficiais de defesa israelenses citados pelas autoridades locais e pelo grupo de direitos humanos disseram que em breve removeriam à força mais de 1.000 residentes da área.
“Existe uma preocupação genuína de que um grave crime de guerra esteja sendo cometido”, disse Roni Pelli, porta-voz da Associação de Israel pelos Direitos Civis (Acri).
O Cogat, o órgão de defesa de Israel que lida com assuntos civis palestinos, se recusou a comentar o assunto.
As duas cidades estão localizadas em 60% da Cisjordânia conhecida como Área C, onde o exército israelense exerce controle total sob acordos de paz provisórios firmados com os palestinos na década de 1990. Prédios palestinos construídos sem licença militar, o que os moradores dizem ser quase impossível obter, correm o risco de serem demolidos.