Janja desiste de ir a Nova York em meio a possível troca em ministério, dizem aliados

Janja
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, frustrou expectativas de viagem a Nova York para um evento da ONU (Organização das Nações Unidas). Aliados do presidente Lula (PT) creditam a decisão a uma possível exoneração da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves (PT).
O evento para o qual Janja teria sido convidada é a 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher. Assim como ocorreu no ano passado, a ministra das Mulheres é a autoridade brasileira que chefia a delegação na agenda internacional, segundo o ministério.
Aliados do presidente colocam o nome de Cida entre os possíveis alvos da reforma ministerial em curso. Para a vaga, é citada a atual titular do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PC do B).
De acordo com esses aliados, ao não viajar, Janja evitaria um constrangimento provocado por eventual demissão de Cida dias após participar de um evento com ela nos EUA.
A reportagem procurou a assessoria de Janja e a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) sobre o cancelamento da participação da primeira-dama, mas não obteve resposta.
Em 2024, Janja foi ao evento a convite de Cida. Na época, sua participação, na condição de socióloga, foi a primeira viagem internacional que a primeira-dama fez sem estar acompanhada de Lula.
Neste ano, Cida participará da primeira semana do evento, de segunda (10) até a sexta-feira (14). Na segunda semana, de 17 a 21 de março, a comitiva será liderada pela secretária-executiva do ministério, Maria Helena Guarezi.
No evento, lideranças mundiais e representantes da sociedade civil vão debater sobre o fortalecimento da agenda dos direitos das mulheres de todo o mundo. A comissão é, desde 1946, considerada a principal instância global dedicada à promoção da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres.
Com o lema “Vamos juntas por um mundo mais igualitário!”, a 69ª edição aborda a revisão e avaliação da implementação da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim (1995), que completa 30 anos em setembro.
A chamada Declaração de Pequim é considerada o marco fundamental para o avanço dos direitos das mulheres. A sessão também vai revisar o plano pactuado na edição do ano passado.