Lula sanciona lei que estabelece Dia da Música Gospel em 9 de junho; deputado bolsonarista elogia presidente

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a sanção do Projeto de Lei n° 3090/2023, que institui o Dia Nacional da Música Gospel, em cerimônia no Palácio do Planalto - Ricardo Stuckert/Divulgação

Em cerimônia no Palácio do Planalto na tarde da terça-feira (15/10), o presidente Lula (PT) sancionou um projeto de lei que cria o Dia Nacional da Música Gospel, celebrado no dia 9 de junho.

Na ocasião, o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que faz parte da bancada evangélica e, anteriormente, foi aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), discursou e teceu elogios à gestão de Lula, que tem tentado se aproximar do eleitorado evangélico.

Otoni disse que discorda politicamente de Lula, e que a maioria dos evangélicos não apoiou o petista em 2022, mas que os evangélicos escolhem pautas com base em valores e crenças e que a igreja “não é de direita ou esquerda”.

O parlamentar, ainda, elogiou as políticas sociais do governo Lula.

Além do Presidente e de Otoni, participaram da cerimônia o deputado federal por São Paulo Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, e a deputada federal pelo Rio de Janeiro Benedita da Silva, ambos do Partido dos Trabalhadores.

Durante a cerimônia, os presentes cantaram um trecho da canção “Faz um Milagre em Mim”, sucesso do compositor Régis Danese de 2008.

O projeto de lei do Dia da Música Gospel foi criado pelo deputado federal Raimundo dos Santos (PSD-PA), que é sanfoneiro e cantor gospel. A data foi aprovada pelo Congresso em agosto deste ano e teve apoio de diversos políticos de oposição ao governo federal, como a parlamentar Damares Alves (PL-DF).

No mês passado, Lula também sancionou o Dia Nacional da Pastora Evangélica e do Pastor Evangélico, a ser comemorado também em data próxima, no segundo domingo do mês de junho.

Deputado bolsonarista elogia Lula após sanção do Dia Nacional da Música Gospel

O presidente Lula (PT) recebeu na terça-feira (15/10), no Palácio do Planalto, integrantes da bancada evangélica do Congresso Nacional, durante cerimônia de sanção do Dia Nacional da Música Gospel.

O governo Lula vem buscando aproximação com o segmento evangélico, que mantém laços mais fortes com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com o bolsonarismo de uma forma mais ampla.

Durante o evento, o deputado bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ), que se afastou recentemente do ex-presidente, fez diversos elogios a Lula e a suas políticas sociais.

“Eu quero encerrar dizendo que é graças à visão social de seus governos que essa gente humilde de deus tem o poder ou tem condições de comer por causa do Bolsa Família e, onde morar, por causa do Minha Casa Minha Vida”, afirmou o parlamentar.

“E, também, graças a essa visão social que nossas igrejas passaram a ter mais doutores e professores, gente que jamais poderia ter um diploma de curso superior se não fosse a visão do governo de Vossa Excelência”, completou.

A cerimônia no Palácio do Planalto foi fechada para repórteres. A Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) apenas divulgou o áudio com a fala de alguns presentes.

Participaram do evento alguns representantes da bancada evangélica. O coordenador da Frente Evangélica no Congresso Nacional, Silas Câmara (Republicanos-AM), não compareceu por estar se recuperando de uma cirurgia.

Ele foi representado por Otoni de Paula, que durante anos foi um dos principais atores na tropa de choque bolsonarista no Congresso Nacional.

“Senhor presidente, quis Deus que eu, que fui um dos mais combatentes defensores do antigo governo e seu crítico político, estivesse hoje aqui para representar a Frente Parlamentar Evangélica. E nesse momento, já fora do palanque eleitoral, me dirijo não ao Lula do Partido dos Trabalhadores, mas ao senhor Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, e enquanto estiver ocupando esse cargo, por força de nacionalidade, meu presidente também”, afirmou o parlamentar.

Otoni de Paula foi durante a Presidência de Jair Bolsonaro ferrenho defensor do governo. No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por unanimidade, aceitar denúncia oferecida pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o parlamentar.

A Procuradoria o acusou de cometer os crimes de injúria e difamação ao proferir ofensas contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, em transmissões ao vivo pela internet, entre 16 de junho e 5 de julho de 2020.

A relação entre Otoni de Paula e o bolsonarismo se desgastou recentemente por causa das eleições municipais. O parlamentar é um defensor e apoiou o prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), contrariando as orientações do ex-presidente da República.

Paes, por sua vez, tornou-se um dos principais aliados do Palácio do Planalto. Lula visitou a cidade do Rio de Janeiro em diferentes momentos neste ano e apoiou a campanha pela reeleição do prefeito.

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