Lula reiterou que, em seu governo, “os indígenas serão tratados com dignidade”.
“Não haverá mais genocídios. A humanidade tem uma dívida histórica com os povos indígenas, que preservam o meio ambiente e ajudam a conter os efeitos das mudanças climáticas. Essa dívida será paga, em nome da sobrevivência do planeta”, completou.
O presidente Lula também relatou o cenário crítico no qual encontrou os indígenas em Roraima.
“Adultos com peso de crianças, crianças morrendo por desnutrição, malária, diarreia e outras doenças. Os poucos dados disponíveis apontam que ao menos 570 crianças menores de 5 anos perderam a vida no território Yanomami nos últimos 4 anos, com doenças que poderiam ser evitadas”, disse o petista.
O chefe do Executivo federal acusou o antigo governo de “descaso e abandono”, e relatou a ação de garimpeiros ilegais. Segundo Lula, 20 mil garimpeiros ilegais se alocaram na região.
Ele afirma que a presença dos criminosos foi “incentivada pelo ex-presidente”. “Os garimpeiros envenenam os rios com mercúrio, causando destruição e morte.”
O mandatário do país ressaltou o seu compromisso de atuar para contornar a situação, ampliando a oferta de transporte para que os indígenas possam buscar atendimento médico. Além disso, o governo federal pretende destinar equipes médicas permanentes para a área.
Investigação
A Polícia Federal (PF) vai investigar crime ambiental e de genocídio contra o povo Yanomami. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pedirá a abertura de um inquérito. A apuração deve começar a partir de segunda-feira (23/1).
A situação crítica levou o governo a decretar, na sexta-feira (20/1), Estado de Emergência em Saúde de Importância Nacional (Espin) no território.
“Há fortes indícios de crime de genocídio”, declarou Flávio Dino.