Lula volta a defender moeda comum e crédito para exportações do Brasil para Argentina

Por Luiza Palermo*

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na segunda-feira (26) que o Brasil trabalha na criação de uma linha de financiamento “abrangente de exportações” para a Argentina e voltou a defender uma moeda de referência para o comércio entre os dois países. A declaração foi dada após uma reunião com o presidente argentino, Alberto Fernández, em Brasília.

“Estamos trabalhando na criação de uma linha de financiamento abrangente das exportações brasileiras para a Argentina”, afirmou, dizendo-se “muito satisfeito com as perspectivas positivas de financiamento do BNDES à exportação de produtos para a construção do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner”.

Segundo Lula, não faz sentido que o Brasil “perca espaço no mercado argentino para outros países porque esses oferecem crédito e nós não”. “Todo mundo tem a ganhar: as empresas e os trabalhadores brasileiros e os consumidores argentinos”, completou.

“Hoje adotamos um ambicioso Plano de Ação para o Relançamento da Aliança Estratégica”, disse Lula, citando que quase 100 ações constituem o projeto de desenvolvimento conjunto.

O presidente brasileiro também voltou a defender um desenvolvimento de uma moeda regional para o comércio internacional e apoiou uma maior integração financeira entre os dois países.

“Precisamos avançar nessa direção, com novas e criativas soluções que permitam maior integração financeira e facilitem nossas trocas. Entre as opções está a adoção de uma moeda de referência específica para o comércio regional que não eliminará as respectivas moedas nacionais”, disse o presidente Lula nesta segunda-feira.

Em maio, Lula foi o anfitrião de uma reunião com chefes de Estado da América do Sul, a primeira do tipo em nove anos.

Lula lembrou que a Argentina é o terceiro destino de exportações brasileiras e o Brasil é o principal mercado para os produtos argentinos. O intercâmbio comercial entre os dois países pode superar o patamar de 40 bilhões de dólares atingidos em 2011, afirmou Lula.

*Sob supervisão de Ana Carolina Nunes. Com informações de Reuters