Mãe morre sem conseguir justiça por assassinato do filho no Rio

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Foto: Arquivo pessoal

Por Raphael Veleda

Foi sepultada no sábado (18/3) no Cemitério do Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro, a carioca Laura Ramos de Azevedo, que lutava pela condenação de policiais militares acusados de terem executado o filho dela Lucas de Azevedo Albino, que tinha 18 anos.

A cerimônia foi acompanhada por outras mães que lutam por justiça, relata reportagem do G1. “O estado mata e a Justiça enterra as mães. Ela adoece a gente no caminho, e não dão suporte, não fazem nada”, disse uma das presentes.

Laura tinha câncer e morreu na sexta-feira (17/3), em casa, em decorrência de complicações da doença. Ela teve tempo, porém, de ver os quatros policiais envolvidos no caso serem denunciados e se tornarem réus pela morte de seu filho.

Já debilitada, Laura ainda conseguiu acompanhar, há um mês, a primeira audiência de instrução e julgamento do caso.

Veja a última postagem feita por ela no Instagram sobre o caso, há quatro semanas:

A morte de Lucas

O filho de Laura foi morto em dezembro de 2018 na Pavuna, bairro da zona norte do Rio de Janeiro. Ele estava na garupa de um mototaxista em um posto de gasolina na esquina da Avenida Martin Luther King Jr. com Estrada de Botafogo quando foi abordado pelos PMs.

Os policiais relataram que os ocupantes da moto atiraram contra a viatura, mas nenhuma arma foi apreendida com eles. Os policiais teriam então atirado no ombro de Lucas, que caiu enquanto o mototaxista deixou o local. O filho de Laura então foi colocado na viatura, supostamente para ser socorrido, mas chegou morto ao Hospital Carlos Chagas, com um tiro na cabeça.

Ao aceitar a denúncia contra os PMs o juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, escreveu que há provas de materialidade.

“Os denunciados, por meio de um conjunto de atos coordenados de execução, comissivos e omissivos, concorreram para a morte do jovem Lucas Azevedo Albino, cometendo contra ele o crime de homicídio duplamente qualificado, em atividade típica de grupo de extermínio”, escreveram os promotores que denunciaram os PMs.

Os réus foram afastados do serviço policial, mas respondem ao processo em liberdade.

 

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