MapBiomas: Brasil perdeu 13,1% de vegetação nativa nos últimos 36 anos

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Foto: Welington Pedro de Oliveira

Por Maria Eduarda Portela

Levantamento divulgado pelo MapBiomas, na sexta-feira (26/8), mostra que o Brasil perdeu 13,1% da sua vegetação nativa entre 1985 e 2021. Dados apontam que a devastação atingiu áreas de floresta, savanas e outras formações não florestais brasileiras.

Segundo o MapBiomas, a área desmatada no país desde 1500, data do descobrimento do Brasil, corresponde a 33% de toda a mata nativa brasileira. Os dados fazem parte do relatório “Mapeamento Anual de Cobertura e Uso da Terra no Brasil – Coleção 7”.

As informações indicam que a ocupação agropecuária cresceu de 21% para 31% do país. Nos últimos 36 anos a área ocupada somente pela atividade agrícola teve aumento de 228%, e atualmente abrange 7,4% do território brasileiro.

O trabalho dos pesquisadores do MapBiomas mapeou o processo de desmatamento que atinge o Brasil. Os dados contam com as principais regiões de vegetação nativa ainda existentes no país, como na Amazônia Legal e no Matopiba, área de cerrado que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

No Matopiba, a perda de vegetação nativa concentra 56,2% da perda do Cerrado.

Já no Pampa, bioma do Rio Grande do Sul, a redução da vegetação nativa reduziu de 31,3% para 46,3% nos últimos 37 anos.

Em todo o território brasileiro houve um aumento de 42,2 milhões de hectares de pastagem entre 1985 e 2021, além de 43,6 milhões de hectares destinados à agricultura.

Outra mudança apontada pelo relatório foi a perda, entre 1991 e 2021, de 17,1% da superfície de água do Brasil. A região mais afetada pelo fenômeno foi o bioma Pantanal, que é constituído principalmente por áreas de savanas alagadas.

Nos territórios indígenas, o MapBiomas indica que a perda da vegetação nativa foi de apenas 0,8% nos últimos 36 anos, contra 21,5% fora das áreas protegidas na Amazônia.

“Apesar de 66% do território ser coberto por vegetação nativa, isso não significa que essas áreas sejam na totalidade conservadas”, explica o relatório do MapBiomas.

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