“Enquanto ministro da Educação, fui contra o uso da linguagem neutra, preservando o mais belo edifício nacional: a língua portuguesa. A linguagem neutra impactará significativamente o processo de alfabetização em nosso país. (…) É lamentável ver nossa língua ser deturpada em cerimônias oficiais do governo, justamente por quem deveria zelar por um dos maiores patrimônios do povo brasileiro”, criticou o ex-ministro.
A linguagem neutra propõe o uso de um gênero neutro na comunicação. Na língua portuguesa, a mudança é tema de projeto de leis em 19 estados brasileiros e no Distrito Federal, de acordo com levantamento feito pela Agência Diadorim. No total, 34 propostas têm por objetivo impedir a variação gramatical para além dos gêneros feminino e masculino.
Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Espírito Santo, Santa Catarina, Pernambuco e Rio de Janeiro lideram a lista na quantidade de propostas de lei, cada unidade federativa com três.
Regionalmente, o Sudeste é onde existem mais proposições (11), seguido do Nordeste (10), e do Sul e Centro-Oeste, ambos com seis. No Norte, além de Rondônia, o Amazonas discute o assunto.
“A linguagem neutra trará retrocessos preocupantes para a alfabetização. Para agradar uma parcela minoritária da população, podem colocar em risco a educação de milhões de crianças, prejudicando o futuro de nossa nação”, finalizou o ex-ministro.
O pronome neutro foi utilizado durante a posse do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT): a cerimonialista se dirigiu ao público com “todos, todas e todes”. A linguagem também apareceu nas posses dos ministros de Direitos Humanos e da Cidadania, da Cultura, da Mulher, e das secretarias Geral da Presidência e de Relações Institucionais. Além disso, a primeira-dama, Janja da Silva, usou o termo “todes” na posse da ministra da Cultura, Margareth Menezes.