Ministro defende que PT tenha mais ações voltadas a ‘deserdados’ da sociedade
O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) avalia que o PT precisa ampliar as políticas direcionadas a segmentos da sociedade que se veem “abandonados”, como trabalhadores de aplicativos e outros não abrangidos pelos programas do CadÚnico (Cadastro Único).
Para o ministro, esse segmento é um dos que precisam ser contemplados pelo partido para sanar suas fragilidades. “Nós precisamos superar o nosso programa para essa sociedade. Porque essa sociedade gera muito ressentimento dos deserdados, aqueles que se sentem abandonados”, diz.
“Então nós talvez tenhamos que subir um pouco o nosso sarrafo programático para abarcar ainda mais esses deserdados, esses trabalhadores de aplicativos, aqueles que estão no mercado formal, mas têm um ganho muito modesto”, acrescenta.
“A gente precisa ampliar para além do cadastro único as nossas políticas, subindo um pouco o sarrafo para contemplar certos setores que se sentem abandonados.”
Teixeira também identifica outra fragilidade no PT, que seria a pouca presença do partido no mundo digital. “Eu acho que tem a transição para uma comunicação digital que a extrema-direita domina. Quem no PT conseguiu fazer essa transição foi muito bem [nas eleições]. Então esse é um tema. Como nós aprofundamos a nossa presença no mundo digital?”
O ministro diz que há um “submundo” nas redes digitais que controla a narrativa. “Nós não pretendemos nem entrar nesse submundo. Mas tem que fazer a proteção, tem que fazer o combate nesse submundo.”
Teixeira é irmão do candidato Luiz Fernando (PT), que terminou em terceiro lugar na disputa municipal de São Bernardo do Campo —avançaram para o segundo turno Marcelo Lima (Podemos), com 28,64%, e Alex Manente (União Brasil), com 26,53%.
Para o ministro, o partido teve um bom desempenho nas eleições. “O PT está competitivo. E fez uma bela campanha. Sobre as eleições em geral, toda vez querem matar o PT. Em muitas campanhas que eu já vi é ‘o PT acabou'”, diz. “Nessa eleição, o PT cresceu um pouco, aumentou o número de vereadores, aumentou o número de prefeitos, aumentou o eleitorado.”