‘Não precisa ouvir só a Faria Lima’, diz Lula a agências de risco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na quarta-feira (25) que falou para os representantes das agências de risco para não ouvirem só a Faria Lima e os empresários sobre o cenário econômico brasileiro.
A declaração foi dada durante coletiva de imprensa na ONU, em Nova York.
“Chamei [as agências], porque é importante que vocês saibam da boca do presidente da República o que que está acontecendo no Brasil. Não precisa ouvir só Faria Lima, empresários, ouça trabalhadores e presidente da República”, disse.
Lula quis fortalecer o compromisso fiscal da política econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao participar pessoalmente de reuniões com as agências internacionais de classificação de risco, durante viagem aos Estados Unidos.
Ao lado de Haddad, Lula participou de reuniões com três empresas durante sua passagem por Nova York.
Na segunda (23), ele se encontrou com o chefe dos serviços de rating da S&P, Yann Le Pallec, e depois com o presidente da Moody’s, Michael West. No dia seguinte, recebeu na missão do Brasil junto à ONU o presidente da Fitch, Paul Taylor.
Um interlocutor de Lula, que acompanha a comitiva presidencial na viagem, disse que o envolvimento do presidente nessas agendas indica que o ministro tem e terá apoio do presidente na política de ajuste fiscal.
O gesto de se reunir pessoalmente com representantes das agências é inédito na presidência de Lula. De acordo com o Palácio do Planalto, ele não teve nenhum outro compromisso com as agências de classificação de risco em seu terceiro mandato.
A Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) informou não ter registro de que ele tenha recebido representantes dessas empresas no passado, durante os dois outros governos do petista na Presidência da República (2003-2010).