Ele observa que é esse o motivo pelo qual o mesmo carro, caso de um Renault Kwid, custa R$ 68.990,00 no mercado nacional e, no México, sai por 46.130,71 (ou R$ 22.859,29 a menos). “A diferença é resultado, principalmente, de fatores como impostos e o ‘custo Brasil’”, diz. Entenda-se por “custo Brasil” o conjunto de dificuldades estruturais, além de questões burocráticas, trabalhistas e econômicas que incidem sobre os negócios no país.
O consultor também considera precipitado definir qual o possível acréscimo de vendas que as medidas podem trazer, tanto para veículos leves como para caminhões e ônibus, que também entraram na atual versão do pacote. “Ainda faltam dados para isso”, afirma. “Para definir o impacto de uma forma mais precisa temos de esperar pela publicação do decreto sobre o assunto. Muitas coisas ainda precisam ser esclarecidas, como quais carros realmente terão os maiores descontos oferecidos pelo governo.”
Para o diretor da Jato Brasil, embora o governo tenha anunciado reduções de até R$ 8 mil no valor dos carros de entrada, isso quer dizer que os preços desses automóveis cairão dos atuais R$ 69 mil para cerca de R$ 61 mil. “Mesmo que as montadoras ainda reduzam um pouco mais esse número, ainda não dá para dizer que esses sejam valores de carros populares”, diz. “Não consigo chamar de popular um veículo vendido a esse preço no Brasil.”