Para tristeza de Bolsonaro, Trump chama Milei de seu ‘presidente favorito’
Donald Trump chamou o chefe de Estado da Argentina, Javier Milei, de seu “presidente favorito” durante uma ligação, disse o porta-voz do ocupante da Casa Rosada na terça-feira (12).
Os líderes já haviam expressado admiração mútua em outras ocasiões. O argentino deve tentar se reunir com o presidente eleito dos Estados Unidos nesta semana, por ocasião da edição da Cpac que ocorre em Mar-a-Lago, resort de luxo do americano na Flórida.
Foi numa edição passada do evento que reúne políticos, ativistas e influenciadores da direita que eles se viram pela primeira vez.
O encontro se deu em fevereiro deste ano, em Maryland, perto da capital dos EUA, Washington. Na ocasião, um efusivo Milei gritou ao ver Trump. Os dois então se abraçaram, trocaram palavras —o argentino disse que o republicano tinha sido “um grande presidente” e que esperava que ele voltasse ao cargo— e posaram para fotos antes de se despedirem. Tudo isso ao som de “Y.M.C.A.”, música do grupo Village People tocada com frequência nos comícios trumpistas.
“Donald Trump é um enorme expoente do mundo livre, ocidental e capitalista”, disse o governo do argentino ao celebrar a vitória do republicano na disputa contra Kamala Harris. “Sua liderança terá apoio incondicional do nosso país para defender a vida, a liberdade e a propriedade.”
Milei já iria à posse de Trump, marcada para janeiro do ano que vem. Ao adiantar sua viagem aos EUA, ele busca se colocar como um possível interlocutor de Trump na América Latina —onde, isolado entre governos de esquerda dos outros países da região, vem acumulando mais desgastes do que êxitos diplomáticos.
Um dos únicos parceiros regionais do ultraliberal é o presidente de El Salvador, o autocrata em construção Nayib Bukele, com quem ele já firmou acordos na área de segurança.
Milei já havia eleito Washington como sua aliada de primeira hora sob o governo do democrata Joe Biden. Com Trump, vê um cenário mais favorável, ainda que a essa altura não se saiba qual será a disposição da administração do republicano para ajudá-lo em questões em que os EUA poderiam fazer a diferença, como o alívio da dívida de Buenos Aires com o FMI (Fundo Monetário Internacional).