Parque Arruda Câmara completa 100 anos e prefeito Cícero Lucena destaca importância do local na vida dos pessoenses
Por Felipe Silveira, Jô Vital e Patrícia Cantisani
Um pequeno santuário ecológico na área central da cidade. Assim é definido o Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica). Na terça-feira (27/12), foram lançadas as comemorações pelo Centenário do Parque. O evento contou com a presença do prefeito Cícero Lucena, que foi um dos homenageados e destacou a importância do espaço público na vida dos pessoenses.
“São 100 anos de uma história bela desse parque, que faz parte da vida de todo pessoense, com os avanços e benefícios que estamos fazendo, recuperando e querendo ampliar o espaço. A Bica ajuda a levar conscientização ambiental para nossas crianças e para a cidade. Estamos no caminho certo, preservando a fauna e a flora dessa belíssima área verde”, afirmou Cícero Lucena.
A comemoração iniciou por volta das 10h, com um café da manhã e uma apresentação do Quinteto 5 de Agosto, organizada pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope). Houve ainda entrega de placas aos homenageados e a reinauguração do Museu de História Natural, onde terá uma exposição de fotos com a linha do tempo do Parque, exposição de animais taxidermizados, utilizados para educação ambiental, e um mini auditório para palestras, cursos e oficinas.
“É com muita alegria que estamos aqui comemorando o centenário do Parque Arruda Câmara. Nossa gestão tem um olhar diferenciado para o meio ambiente e estamos sempre cuidando dos nossos parques, praças e áreas verdes. Tenho certeza que toda a população de João Pessoa é quem ganha com essas ações”, destacou Leo Bezerra, vice-prefeito da Capital.
Ainda durante a solenidade, houve o plantio de uma muda de sequoia sempervirens, também conhecida como ‘Árvore Lunar’, considerada a espécie de árvore mais alta da Terra, com exemplares chegando até cerca de 120 metros de altura, o equivalente a um edifício de cerca de 30 andares. A espécie é nativa da América do Norte e é encontrada naturalmente na costa oeste dos Estados Unidos.
O secretário de Meio Ambiente de João Pessoa, Welison Silveira, destacou que o centenário da Bica é o momento para comemorar a existência de uma das áreas verdes mais queridas pela população de João Pessoa. “A Bica é um pequeno santuário ecológico de fácil acesso, já que fica no centro da cidade. Nesses 100 anos, a Prefeitura de João Pessoa reafirma o compromisso para que o parque continue como esse espaço democrático, que é de todos, e mantemos as ações de preservação e ampliação”, frisou.
O diretor do parque, Rodrigo Fagundes, destaca que atualmente o local ainda é bastante procurado por visitantes para realização de passeios, mas também é frequentado por várias instituições de ensino como um grande centro de estudos e pesquisas, como forma de complementar os ensinos passados em sala de aula. “Aqui temos vários exemplares de fauna e de flora, sempre bem cuidados e conservados, e nossos educadores ambientais passam todas as informações necessárias a quem busca o conhecimento sobre a conservação do meio ambiente”, observou.
Quem estava aproveitando a manhã da terça-feira na Bica foi Rosilene Silva de Souza. Ela é natural de João Pessoa, mas mora há 8 anos no Espírito Santo. “Na minha infância eu vinha com minha mãe e meus irmãos, e agora tô trazendo minha filha e meus sobrinhos. A Bica faz parte da minha vida e quero que faça também parte da vida dessa nova geração”, comentou.
História – O Parque Zoobotânico Arruda Câmara foi inaugurado em dezembro de 1922 e recebeu o nome em homenagem ao paraibano Manoel Arruda Câmara, frade carmelita, filósofo, médico, botânico e pesquisador da flora brasileira. O parque é baseado em modelos europeus e ficou popularmente conhecido como ‘Bica’, devido à nascente d’água localizada na parte central da área e que, por muitos anos, contribuiu para o abastecimento de água para a cidade. Dessa nascente d’água surgiram algumas lendas que falam sobre um jovem índio de nome Tambiá, da tribo Tabajara, que guerreou com a tribo Potiguara. A lenda conta que, após o índio ser capturado pela tribo rival, antes de o sacrificarem, em reconhecimento a sua bravura, deram a ele uma esposa de morte, porém, a escolhida apaixonou-se pelo guerreiro e, após sua morte, chorou por 50 luas, dando início à nascente d’água que hoje existe no local.
O Parque Arruda Câmara conta com uma área de 23,95 hectares, que possui vegetação nativa, com resquícios de Mata Atlântica, contando com alguns exemplares de pau-brasil, gameleira, jequitibá e outras, além de área propícia à prática de piquenique e atividades de lazer ao ar livre, como caminhadas e passeios em pedalinhos no lago existente no local.
Edição: Katiana Ramos
Fotografia: Sérgio Lucena, Patrícia Cantisani e Arquivos do Iphaep