Pílula do dia seguinte: como funciona, quando tomar e dúvidas frequentes

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Pílula do dia seguinte: como funciona e quando tomar?. Foto: Unsplash

A pílula do dia seguinte, também chamada de anticoncepção de emergência ou AE, é um método utilizado para evitar a gravidez indesejada.

Diferente de mecanismos de uso contínuo, como o DIU e a pílula anticoncepcional, a AE deve ser tomada em situações emergenciais, sob orientação médica.

O uso do contraceptivo pode ser uma solução nesses casos, mas as dúvidas sobre o assunto, assim como em relação a outros métodos, é comum entre as mulheres.

A falta de informação pode prejudicar a saúde sexual das mulheres, por isso é importante entender como funciona a pílula, quais seus efeitos e quando é indicado tomá-la.

Como funciona a pílula do dia seguinte?

O mecanismo de ação da pílula do dia seguinte funciona de maneiras diferentes, variando de acordo com a fase do ciclo menstrual em que a mulher está no momento da ingestão do medicamento.

De maneira geral, a pílula atua na brecha de tempo de espera dos espermatozóides no trato vaginal antes da ovulação. Esse período costuma variar de um a cinco dias.

Se, neste momento, a mulher estiver nos primeiros dias do ciclo menstrual, antes do período de ovulação, a ação da pílula é justamente impedir ou retardar essa ovulação por alguns dias.

Caso a mulher tome a anticoncepção de emergência após o período de ovulação, a ação da medicação consiste em impedir a fecundação do óvulo.

Para isso, a AE altera o muco cervical com o objetivo de dificultar a passagem dos espermatozóides do trato genital feminino para as trompas.

Dessa forma, o medicamento evita o encontro dos espermatozóides com o óvulo, o que impossibilita a implantação – etapa que acontece após a fecundação e resulta na gravidez propriamente dita.

Como tomar a pílula do dia seguinte?

A indicação é tomar a pílula logo após a relação sexual sem uso de preservativo ou outro método contraceptivo. Não é necessário receita para comprar o medicamento, mas é fundamental buscar orientação médica antes de ir à farmácia.

O medicamento é vendido de duas maneiras: em dose única ou em dois comprimidos. A indicação, no caso dos dois comprimidos, é aguardar 12 horas após a ingestão do primeiro para tomar o segundo.

Esse uso deve ser acompanhado e orientado por um médico ginecologista, que vai avaliar o caso de maneira individual e fazer a indicação correta de uso para cada pessoa.

Quando tomar a pílula do dia seguinte?

A pílula é um método contraceptivo emergencial, portanto é uma medida voltada para casos excepcionais e deve ser utilizada apenas como última opção.

Segundo orientações do Ministério da Saúde, as principais indicações de uso são:

  • casos de abuso sexual;
  • relação sexual sem uso de outros métodos contraceptivos;
  • esquecimento da pílula anticoncepcional por, no mínimo, dois dias;
  • falha no método normalmente utilizado, como rompimento do preservativo no momento da ejaculação ou deslocamento do DIU.

Em qualquer uma dessas situações, é importante consultar um médico ginecologista para fazer o uso correto da medicação.

Quando não tomar?

Segundo o Ministério da Saúde, a principal contraindicação da pílula está relacionada aos casos de gravidez já confirmada.

Pessoas que normalmente tem contraindicações ao uso de anticoncepcionais hormonais, como aquelas com histórico de tromboembolismo, enxaqueca severa ou diabetes com complicações vasculares, devem consultar um ginecologista.

No entanto, o Ministério, de acordo com as diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde), destaca que mesmo esses grupos podem fazer o uso do medicamento.

Além disso, vale ressaltar que a anticoncepção de emergência não substitui a pílula anticoncepcional, não atua na prevenção de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e não deve ser tomada de maneira regular.

Possíveis efeitos colaterais

A contracepção de emergência é um medicamento com doses hormonais e, portanto, pode ter alguns efeitos colaterais de acordo com a reação de cada organismo após a ingestão.

Os principais efeitos da pílula do dia seguinte são:

  • vômitos;
  • diarreia;
  • náuseas;
  • cansaço;
  • dor de cabeça.

A pílula também pode causar alterações no ciclo menstrual, levando a pequenos sangramentos, adiantamentos ou atrasos na menstruação.

Essas reações costumam ser leves, mas é importante se atentar a elas. Caso os sintomas persistam, a indicação é procurar um médico.

O que “corta” o efeito?

O principal fator prejudicial ao efeito da pílula é a ocorrência de vômito por um período aproximado de duas horas após a ingestão. Nestes casos, o indicado é tomar o medicamento novamente.

Além disso, a contracepção de emergência tende a ser mais eficaz nas 24 horas seguintes à relação sexual. Os efeitos podem diminuir conforme o tempo passa.

Dúvidas frequentes

A sexualidade pode ser um tabu para muitas pessoas, como apontou uma pesquisa realizada pela MindMiners e compartilhada em reportagem pela CNN, por isso as dúvidas sobre o tema são comuns.

Neste contexto, incluem-se questionamentos sobre o uso de métodos contraceptivos na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis ou de gravidez indesejada, sendo a contracepção de emergência um desses mecanismos.

Contudo, a falta de conhecimento pode levar a decisões equivocadas sobre o uso de medicamentos, que devem ser tomados apenas sob orientação médica.

Quando o assunto é pílula do dia seguinte, os principais questionamentos são:

O que acontece depois que tomei a pílula do dia seguinte?

A ação da pílula de emergência é impedir a ovulação ou a fecundação, que acontece quando o espermatozoide encontra o óvulo.

Como os espermatozoides permanecem no trato vaginal por um período antes de se deslocarem ao óvulo, o medicamento consegue agir de forma antecipada a esse encontro, que resulta na concepção (gravidez).

Qual o prazo para tomar a pílula do dia seguinte?

O prazo médio para uso do método contraceptivo de emergência é de 72 horas, mas o ideal é tomar a pílula o quanto antes, logo após a relação sexual desprotegida.

Depois de 24 horas, a eficácia da medicação é de 88% e esse número diminui com o passar do tempo.

Quais as chances de engravidar depois de tomar a pílula do dia seguinte?

A pílula apresenta um baixo índice de falha, mas nenhum método contraceptivo existente é 100% eficaz. No caso da contracepção de emergência, a eficácia é maior nas primeiras 24 horas após a relação sexual e tende a diminuir depois disso.

A pílula pode causar alterações no ciclo menstrual?

Sim, a pílula de contracepção emergencial pode alterar o ciclo menstrual. É possível que o medicamento adiante ou atrase a menstruação, normalmente dentro de um período de uma semana.

Essas modificações no ciclo estão entre os efeitos colaterais do medicamento. No entanto, elas não são uma regra e variam de acordo com cada organismo.

É possível tomar a pílula do dia seguinte mais de uma vez por mês?

Por se tratar de um método emergencial, a pílula não deve ser utilizada várias vezes no mesmo mês ou de maneira regular. Ela não substitui outros mecanismos anticoncepcionais e não previne infecções sexualmente transmissíveis.

Existem outras opções de mecanismos anticoncepcionais para evitar uma gravidez indesejada, como o preservativo masculino ou feminino, o DIU e a pílula anticoncepcional, por exemplo.

O indicado é buscar um ginecologista para avaliar o método mais eficiente de acordo com o organismo e as necessidades de cada pessoa.

Como saber se a pílula do dia seguinte funcionou?

É necessário aguardar o próximo ciclo menstrual para comprovar a eficácia da pílula ou fazer um teste de gravidez cerca de uma semana após o uso do medicamento.

Vale ressaltar que a anticoncepção de emergência pode causar alterações no ciclo menstrual e, por isso, atrasos podem ocorrer.

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