PM é preso em flagrante sob suspeita de matar comerciante paraibana em Pernambuco, mas é liberado logo em seguida

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Amanda Carolina Pacheco Pereira foi morta por policial militar em Jaboatão — Foto: Reprodução/Instagram

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) mandou soltar o policial militar preso em flagrante por matar o “ficante”, no sábado (12). O sargento Leonardo Vieira Gomes, de 40 anos, teve liberdade provisória concedida após assassinar a comerciante e estudante de gastronomia Amanda Carolina Pacheco Pereira, de 34 anos, que era natural de Campina Grande (PB).

O caso aconteceu no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife (PE). Amanda estava no apartamento da madrinha, que estava dormindo, e bebeu com o policial. A madrinha pegou um tiro e, quando se chamou, encontrou a afilhada morta, com a arma na mão, enquanto o homem havia fugido do local.

A Justiça não pediu o pagamento de fiança para a soltura de Leonardo Vieira Gomes. A liberdade provisória foi concedida pela justiça Brenda Azevedo Paes Barreto Teixeira, do plantão judiciário da Comarca de Jaboatão.

Ela acatou o pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que disse que pediu a soltura do crime, mediante aplicação de cautelares.

Para a justiça e para o órgão ministerial, apesar da violência do ato, “não há indicativos” de que a liberdade do policial pode prejudicar o processo, como risco de fuga. Sobretudo porque, segundo a decisão, ele tem residência fixa e é policial militar da ativa.

Um pai de Amanda, que preferiu não se identificar, conversou com a TV Globo e contou que o policial foi solto antes mesmo de a família poder enterrar a vítima.

“A família espera que o Ministério Público e o TJPE se arrependam, porque o suspeito foi liberado em condicional na audiência de custódia antes mesmo do corpo ser liberado para sepultamento. Então, há uma incoerência”, afirmou o parente.

A família de Amanda também conta que a polícia obteve que a cena do crime foi alterada e que Leonardo tentou forjar um suicídio, colocando na mão da vítima a arma dele, utilizada no assassinato.

“Ainda que tenha sido qualquer infortúnio, que não tenha sido direto, ele está preocupado por estar com uma arma comunicada num momento de lazer, de bebida”, afirmou.

De acordo com o parente, Amanda e Leonardo ficaram algumas vezes, e um porteiro contou que, antes do assassinato, conversaram com os dois e não notaram nenhum sinal de desavença. Eles foram ouvidos rindo e conversando um pouco antes do disparo.

“Amanda era uma mulher muito inteligente, alegre, gostava muito de estar com a família e com os filhos, um deles de 1 ano e 6 meses. […] Eles ficaram algumas vezes, mas não chegaram a ser namorados, oficialmente apresentados à família. Estavam bebendo, rindo e conversando. Em seguida, houve o disparo”, disse.

Por meio de nota, o TJPE informou que a liberdade de Leonardo Vieira Gomes está condicionada às seguintes medidas cautelares:

  • Compare mensalmente em Juízo para informar e aplicar suas atividades;
  • Não mudar de residência, ou ausentar-se da Comarca em que resida por mais de oito dias sem comunicação prévia à autoridade processante;
  • Manter atividade lícita (estudo e trabalho);
  • Mantenha atualizado seu número de celular.

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