Polícia explica como foi linha do tempo de chacina do DF. Confira

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Cabeleireira Elizamar Silva e os três filhos. Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Por Paulo Moura

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) explicou, na sexta-feira (27), como foi a linha do tempo das mortes das dez pessoas da mesma família no Distrito Federal. De acordo com a corporação, o crime foi motivado pelo interesse em uma chácara onde parte da família morava, no Itapoã, região administrativa no DF, avaliada em R$ 2 milhões.

Segundo a polícia, o grupo composto pelos quatro principais suspeitos de participação nos crimes – Gideon Menezes, Horácio Barbosa, Fabrício Canhedo e Carlomam Nogueira – acreditava que, com a morte de toda a família, o terreno não teria herdeiros. Com isso, os criminosos pensavam que poderiam assumir a posse do local e vendê-lo posteriormente.

Um quinto suspeito de participar dos crimes, identificado como Carlos Henrique Alves da Silva, também foi preso por suspeita de participar da trama que resultou nas mortes. Já o sexto possível envolvido, um adolescente de 17 anos, foi apreendido e chegou a ser ouvido pela polícia, mas foi liberado na madrugada da última quarta-feira (25).

Confira a linha do tempo das mortes:

– No dia 28 de dezembro de 2022, Marcos Antônio; a esposa dele, Renata Belchior; e a filha do casal, Gabriela Belchior, são rendidos, na chácara onde moravam, por Carlomam Nogueira e pelo adolescente de 17 anos. O acesso à chácara é liberado por Gideon, que também vivia no local.

Em determinado momento, Horácio se finge de vítima diante da família. Com uma arma, Carlomam ameaça Marcos e Horácio, enquanto Renata e Gabriela estão dentro da casa. Marcos, porém, reage e é atingido por Carlomam com um tiro na nuca.

Ainda agonizando, Marcos é enrolado em um tapete e colocado no carro de Gideon, que também estava no local para ajudar com o plano. Gabriela e Renata são amordaçadas, vendadas e amarradas. Todos são levados até o cativeiro, em Planaltina, no DF.

Carlomam, Gideon e Horácio esquartejam o corpo de Marcos Antônio e o enterram. Gabriela e Renata são mantidas reféns, sendo vigiadas por Fabrício Canhedo. O adolescente foge do local diante da crueldade da trama criminosa.

– Uma semana depois, no dia 4 de janeiro, interessados em uma quantia de R$ 200 mil obtida com a venda de uma casa por Cláudia Regina Marques de Oliveira, ex-mulher de Marcos Antônio, o grupo usa o celular dele para acionar Cláudia, oferecendo a ajuda de Gideon, Horácio e Fabrício na mudança dela e da filha, Ana Beatriz, para um novo imóvel.

Com acesso a esse local, o trio permite a entrada de Carlomam, que rende Cláudia e realiza uma nova simulação de assalto quando a mulher vai até o endereço para realizar a mudança. Gideon e Horácio levam Ana Beatriz até a casa e Carlomam repete a mesma tática. Elas são então levadas para o cativeiro onde Gabriela e Renata já estavam.

– No dia 12 de janeiro, Thiago Gabriel Belchior, filho de Marcos e marido da cabeleireira Elizamar da Silva, passa a perguntar para Gideon e Horácio sobre o paradeiro do pai. Diante disso, os criminosos decidem antecipar o sequestro de Thiago, de Elizamar e dos três filhos do casal. Para isso, eles usam novamente o celular de Marcos.

É justamente nesse momento que aparece o bilhete encontrado pela polícia com a mensagem que pedia que Thiago levasse a esposa e os filhos para a chácara. Na prática, o que constava no pedaço de papel era a mensagem que deveria ser enviada do celular de Marcos para Thiago.

Como o adolescente não aceitou mais participar do esquema, o grupo chama Carlos Henrique Alves da Silva – o quinto preso por envolvimentos nos crimes – para ajudar no sequestro do restante da família. Carlomam então rende as vítimas, simulando um assalto, para que Horácio e Gideon continuassem se passando por vítimas.

Thiago é amordaçado e amarrado para ser levado ao cativeiro, enquanto Elizamar e as crianças são colocadas dentro do carro da cabeleireira e levados para Cristalina, em Goiás, onde o veículo foi queimado.

– No dia 14 de janeiro, os investigados pegam Renata e Gabriela e as levam de carro até Unaí, em Minas Gerais, segundo a Polícia Civil, onde o veículo é queimado, a exemplo do que foi feito com Elizamar e os filhos.

– Por fim, no dia 15 de janeiro, Carlomam e Horácio matam, com uma faca, Thiago, Cláudia e Ana. Os corpos são enterrados em uma cisterna, em uma área rural de Planaltina, distante cerca de cinco quilômetros do local do cativeiro.

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