Policiais e caminhoneiros recebem aceno da campanha de Lula

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Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: EFE/Carlos Ezequiel Vannoni

Por Luciana Lima

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se dedicado a avançar sobre duas categorias majoritariamente identificadas com o presidente Jair Bolsonaro (PL): policiais e caminhoneiros.

Além de acenar com propostas de reestruturação de carreiras para as polícias em seu programa de governo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a coordenação do programa de Lula se reuniu na semana passada com representantes de caminhoneiros autônomos de diferentes regiões do país.

O encontro ocorreu na sexta-feira (5/8), sede da Fundação Perseu Abramo, com o coordenador do programa de Lula, Aloizio Mercadante (PT). Agora, os caminhoneiros que participaram do encontro esperam uma atividade de campanha com Lula, na qual eles pretendem entregar oficialmente propostas da categoria.

Participaram representantes do Sindicato dos Transportadores Autonomos de Carga da região Noroeste (Sinditac), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da Federação dos Caminhoneiros do Rio de Janeiro (Fecam-RJ), da CSP Conlutas, do Forum Goiano de Lutas, do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiania, do Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (CNTRC) e da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

Na tentativa de não perder votos da categoria diante das sucessivas altas do diesel anunciadas pela Petrobras, Bolsonaro propôs e conseguiu aprovar no Congresso um auxílio de R$ 1 mil, que vai vigorar até o fim deste ano.

Valorização policial

Já o aceno aos policiais está expresso na versão final do programa de governo apresentado pela chapa encabeçada por Lula. A texto aponta para “modernizar carreiras policiais” e “valorização do profissional de segurança, como princípio orientador de todas as políticas públicas para a área”.

“Serão implementados canais de escuta e diálogo com os profissionais, programas de atenção biopsicossocial, e ações de promoção e garantia do respeito das suas identidades e diversidades”, diz o programa formalizado na Justiça Eleitoral e que foi construído em conjunto com as legendas que integram a coligação de Lula (PT, PSB, PCdoB, PV, Solidariedade, Rede, PSol, Avante e Agir).

“Será aberto diálogo sobre a modernização das carreiras, a qualificação e a autonomia dos peritos, a padronização de escalas e jornadas de trabalho e outras estratégias de implementação das diretrizes nacionais de promoção e defesa dos direitos humanos dos policiais”, destaca o texto.

Doutrina

O texto ainda aponta para uma “atualização da doutrina” policial e o aprimoramento e implementação do chamado SUS da Segurança Pública, lei aprovada durante o governo de Michel Temer e que visa articular as forças policiais já existentes.

“O governo federal vai implementar e aprimorar o Sistema Único de Segurança Pública, modernizando estratégias, instrumentos e mecanismos de governança e gestão. Serão realizadas reformas para ampliar a eficiência do Sistema de Segurança por meio da modernização das instituições de segurança, das carreiras policiais, dos mecanismos de fiscalização e supervisão da atividade policial e do aprimoramento das suas relações com o Sistema de Justiça Criminal”, diz o documento.

Outra mudança que Lula propõe faz referência ao combate ao tráfico de drogas. Uma reclamação de representantes de comunidades periférias repassadas à campanha foi de que o governo petista permitiu, no passados, grandes operações em morros das grandes cidades que sempre terminavam em massacre da população pobre.

O programa propõe um combate ao que chama de “modelo bélico de combate ao tráfico” e a adoção de técnicas de inteligência para desarticular organizações criminosas.

 

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