Políticos da PB ocupam espaços privilegiados em Brasília e resta agora ajudarem a liberar verbas para o Estado

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Palácio do Planalto. Foto: PR/Beto Barata

Por Josival Pereira

A Paraíba não ganhou ministérios no governo Lula. Aparentemente, não dispunha de quadros com envergadura suficiente no PT nem nas forças políticas que integraram a aliança petista. Tampouco apareceram nomes de outras forças com potencial de aliança após as eleições.

Pouco a pouco, porém, o Estado vai cavando e ocupando espaços que podem ser especialmente importantes na consecução de verbas para projetos e programas essenciais ao seu desenvolvimento.

Começa com a presença do governador João Azevedo na presidência do Consórcio Nordeste. Já ficou evidente que esse fato permite uma interlocução direta do gestor paraibano com o presidente Lula e, por consequência, com os ministros. Apesar de precisar desenvolver gestões em favor do Nordeste, há espaços para o governador avançar com pleitos em favor da Paraíba.

A manutenção do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) na vice-presidência do Senado também ajuda a abrir portas no governo federal como ficou demonstrado, nos últimos dias, em audiências do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, e parlamentares daquela cidade, em ministérios de destaque, articuladas por Veneziano.

Como relator do Grupo de Trabalho encarregado de fazer a discussão de projetos de reforma tributária, tema de elevado interesse do governo, o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressista), passou a ter acesso a praticamente todos os setores do Planalto e pode muito contribuir para a aprovação de projetos e liberação de recursos para Prefeituras e o Governo.

Por fora, mesmo se proclamando independentes, o senador Efraim Filho (União) e o deputado Hugo Motta (Republicanos) são interlocutores privilegiados com portas abertas no governo. O primeiro por estar num partido (União Brasil) que ocupa três ministérios no governo, além de ser líder partidário. Se quiser se assumir integrante da base governista no Senado, passará a desfrutar até de privilégios no governo, o que aumentaria em muito o seu cacife na tarefa de liderar recursos para a Paraíba. O deputado Hugo Motta por ser líder de uma bancada que é bastante cortejada pelo Planalto.

Nos últimos dias, a Paraíba conseguiu avançar significativamente na ocupação de espaços em Brasília com a indicação da senadora Daniella Ribeiro (PSD) para a presidência da poderosa Comissão Mista de Planos, Orçamento e Fiscalização do Congresso e do deputado Romero Rodrigues (Podemos) para o comando da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados.

A Comissão de Orçamento é a que define a distribuição de receitas e aprova todos os projetos e programas do Governo e do Congresso. Dispõe de muita força durante um ano e pode canalizar boa soma de recursos para o Estado. A comissão de Romero pode ajudar na aprovação e liberação de recursos para um setor que contribui razoavelmente para a desenvolvimento de qualquer região.

Registre-se ainda que professores da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) ocupam cargos de direção do Ministério da Saúde (Felipe Proenço) e na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que cuida da gestão dos hospitais universitários (Daniel Beltrami), além da presença do advogado Marcelo Waick em cargo de direção na Advocacia Geral da União.

Talvez falte coordenação para que as ações de todos esses agentes políticos sejam direcionadas de forma sistematizada para o desenvolvimento mais uniforme do Estado, mas não faltam força e poder político. A Paraíba já não tem tanta razão para reclamar. A não ser que se comporte como gato novo, que mama e mia reclamando atenção ao mesmo tempo.

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