Praias de Cabedelo estão sendo “privatizadas”, afirma candidato a prefeito
O candidato a prefeito de Cabedelo pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Rogério Bezerra, afirmou que a cidade hoje é dividida em duas e que as praias estão sendo “privatizadas” com o avanço do mercado imobiliário na região. A afirmação foi feita na segunda-feira (30/9), em entrevista ao programa Correio Debate, da Rádio Correio 98 FM (Rede Correio Sat).
Ele afirma que isso acaba por isolar as comunidades ribeirinhas, que sofrem com a falta de serviços básicos, como água e transporte.
A privatização das praias que estão defendendo em Brasília acontece em Cabedelo de forma estruturada, com a infraestrutura, sem ter a legalidade. Tem áreas que você caminha quase mil metros sem passagem para o mar. Os próprios prédios, com a BR-230, vão impedindo que as pessoas mais pobres cheguem até lá e vão ‘cercando’ a praia. Esse projeto de privatização de praias passa entre o poder público municipal e as grandes construtoras —- Rogério Bezerra (PSOL), candidato a prefeito de Cabedelo.
Para Rogério, essa falta de investimentos nesse “outro lado” da cidade está criando “depósitos” de pessoas, já que esta parte não tem acesso nem a transporte público para as demais regiões da cidade, e que a falta desses serviços para a população é um “caldeirão borbulhante” para as facções criminosas.
Ele apontou como um dos fatores para a insegurança vivida na cidade a uma suposta ligação de agentes do poder público com o crime organizado.
“As denúncias foram feitas várias vezes, por diversas pessoas. Inclusive tem uma gravação do vereador Dinho, que foi para a imprensa e denunciou isso com toda a clareza, apontando as pessoas que a população de Cabedelo sabe muito bem que estão envolvidas, ajudam na eleição de vereadores. A gente precisa se posicionar sobre isso sob pena de, num futuro próximo, não termos estado nenhum”.
Mudança no perfil do turismo
Rogério afirma que Cabedelo tem potencial turístico e que o setor pode alavancar a economia local. Ele propôs a criação de um pólo turístico hoteleiro na cidade, que segundo ele só recebe turistas de passagem.
“Precisamos mudar o perfil de turismo de passagem para turismo de fixação. Isso demanda serviços de restaurantes, lojas, que inclusive funcione a noite, precisa de atividades culturais. Chega sexta-feira à noite, sábado à noite, a cidade ‘desaparece’. Não tem transporte público interligando a cidade, não tem o mínimo para trazer o turismo para dentro da cidade”, explicou o candidato.