Pré-candidato a vereador é executado no litoral paulista; polícia investiga ação do PCC

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Edgar dos Reis

Edgar dos Reis, 43, o Edgar do Fort, foi assassinado com tiros de fuzil durante reunião política na noite de sexta-feira (24), no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá (SP). Ele se apresentava como pré-candidato a vereador na cidade da Baixada Santista.

O crime aconteceu na rua Primeiro de Junho, no bairro Paecará. O local era usado como escritório do pré-candidato pelo Avante. Até a conclusão deste texto, ninguém havia sido preso.

A Polícia Civil investiga se o assassinato de Edgar do Fort tem relação com o homicídio de Cristiano Lopes Costa, 41, o Meia Folha, um dos homens fortes do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Baixada Santista. Ele foi morto a tiros em 12 de março deste ano também no Guarujá.

Como foi o crime

A polícia apurou com a secretária da vítima que Edgar participava de uma reunião política no momento do crime. A filha dele também estava no imóvel.

Um desconhecido desceu de um Peugeot cinza, invadiu o escritório e efetuou os disparos. O atirador entrou no carro e fugiu. Edgar foi levado para o Hospital Guarujá, mas não resistiu.

No escritório político foram encontrados estojos de fuzil, segundo a polícia. Investigadores também apreenderam o telefone celular da vítima. O crime deve ser apurado pela 3ª Delegacia de Homicídios da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais).

Na manhã de sábado (25), a família confirmou a morte, com publicação da foto de Edgar em nota de falecimento, nas redes sociais. A postagem no perfil oficial do pré-candidato a vereador foi feita por volta das 7h de sábado.

Em nota, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública) informa que policiais militares foram acionados. “A namorada da vítima relatou que ele estava no térreo de um escritório, quando um IMP/Peugeot se aproximou e um homem, ainda não identificado, desembarcou e efetuou disparos, fugindo em seguida. Posteriormente, foi constatado que o veículo envolvido foi incendiado na rua Iguapé”, diz a pasta.

Suposto envolvimento do PCC

Investigadores não descartam a possibilidade da participação de integrantes do PCC nos assassinatos de Edgar do Fort e de Cristiano Costa, o Meia Folha.

Os rumores nos meios policiais eram de que Meia Folha poderia ter envolvimento no homicídio do jornalista Thiago Rodrigues, pré-candidato à Prefeitura do Guarujá que foi assassinado a tiros na noite de 27 de dezembro do ano passado.

Segundo a Polícia Civil, Meia Folha era proprietário da HC Transporte e Locação Eirelli. A empresa tinha dois contratos vigentes com a Prefeitura do Guarujá e era responsável por cuidar da limpeza das unidades de saúde no município.

Gerente de André do Rap

Fontes disseram à reportagem, na condição de anonimato, que Meia Folha tinha outra empresa e cuidava de uma ONG na Favela do Caixão, onde foi gerente do tráfico de drogas do narcotraficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, foragido da Justiça.

O jornalista descobriu irregularidades em uma das empresas de Meia Folha e por isso teria sido assassinado. As fontes disseram que policiais apuraram o envolvimento de Meia Folha no homicídio e o extorquiram. O membro do PCC então deixou de pagar propina e foi morto por queima de arquivo.

Em nota, a Prefeitura do Guarujá informou que os contratos com a empresa HC Transporte e Locação Eirelli foram firmados em 2022, tinham vigência de um ano, podendo ser prorrogados até o quinto ano.

Segundo a prefeitura, análises referentes à pessoa física dos responsáveis pelas empresas não constam nas exigências legais. A nota afirmou que para empresas vencedoras de processos licitatórios no município é exigido um rol de documentos, sempre relacionados ao seu CNPJ, no sentido de comprovar a regularidade perante os órgãos competentes.

“Análises referentes à pessoa física de seus responsáveis não constam do rol de exigências legais, exceto no que se refere ao grau de parentesco com servidores municipais ou detentores de mandato eletivos no município, o que é vedado por lei e precisa ser informado pelos cidadãos cujas empresas vencem um certame, em forma de declaração assinada”, diz a nota.

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