PSB de Alckmin oficializa saída de bloco de Lira na Câmara

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Congresso Nacional - Brasilia - DF

por Victoria Azevedo e Catia Seabra

A bancada do PSB na Câmara dos Deputados protocolou na segunda-feira (5) na secretaria-geral da mesa um ofício informando que o partido deixará o bloco partidário que reúne siglas como o PP, de Arthur Lira (AL), e a União Brasil.

O portal teve acesso ao ofício, que foi assinado por dez dos 14 parlamentares da bancada. Endereçado a Lira, ele é assinado pelo novo líder da legenda, Gervásio Maia (PB).

Em abril do ano passado, Lira conseguiu atrair partidos de centro, de direita e da base do governo Lula (PT) para formar o maior bloco da Casa.

Com o PSB, o grupo tinha 176 deputados dos seguintes partidos: PP, União Brasil, PSDB-Cidadania, PDT, Solidariedade, Patriota e Avante.

Segundo membros da legenda, a única decisão tomada, até o momento, é a saída do bloco. Não há definição se o partido irá integrar o segundo maior bloco da Casa, que reúne PSD, MDB, Republicanos e Podemos.

A saída coincide com movimentos de articuladores do governo de aproximação com candidatos à sucessão de Lira na presidência da Câmara, que ocorre em fevereiro de 2025. O alagoano não pode concorrer à reeleição e pretende transferir o capital político que tem na Casa a um sucessor.

Segundo relatos, Lira não tem citado nominalmente a quem dará o seu apoio, mas dois nomes despontam na corrida: o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), e Elmar Nascimento (União Brasil-BA), líder da União Brasil na Casa.

Na semana passada, Lula fez uma série de gestos a Pereira, convidando-o a viajar com ele para cumprir agendas em São Paulo.

Assistindo à movimentação do Planalto em favor dos deputados Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antonio Brito (PSD-BA), que tem feito gestos ao Executivo desde o ano passado, Lira endureceu o discurso.

Segundo integrantes do governo, o presidente da Câmara reclamou com emissários do Palácio do Planalto de uma tentativa de interferência na sucessão interna, uma vez que esse movimento acaba fragilizando o seu bloco.

Oficialmente, membros do Executivo afirmam que o governo não vai interferir na sucessão de Lira por se tratar de assunto interno à Casa. Mesmo assim, os nomes que se colocam na disputa buscam o apoio, ainda que informal, de aliados do petista.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, nega interferência do governo para a saída da sigla da base de apoio a Lira. Segundo ele, há cerca de dez dias os deputados do partido decidiram deixar o bloco, alegando insatisfação com o funcionamento do grupo.

Mas não houve qualquer pedido do governo neste sentido. “Agora, os deputados ficam livres para compor com o que for mais interessante, talvez até mais próximo do governo.”

“Não foi o governo que nos pediu. Ninguém nos pediu”, continuou Siqueira.

A saída do PSB também ocorre num momento em que Lira tem elevado o tom de críticas ao ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), responsável pela articulação política do Executivo no Legislativo.

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