Quem é Antônio Neto Ais, fundador e CEO da Braiscompany

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Antonio Neto Ais, CEO da Braiscompany — Foto: Camila Ferreira/Arquivo Braiscompany

“5 anos construindo a liberdade financeira para milhares de pessoas através da informação”. É assim que o próprio Antônio Neto Ais, fundador e CEO da Braiscompany, empresa investigada pela Polícia Federal por suspeita de aplicar um golpe milionário em criptoativos, define o trabalho realizado por ele ao longo dos anos.

No LinkedIn, Antônio afirma ter formação superior em Direito pela Universidade de Fortaleza, Ceará, com atuação em um escritório de advocacia da capital paraibana João Pessoa. Mas, foi no ramo das moedas digitais que Antônio Inácio Silva Neto, natural de Cuité, no Curimataú paraibano, ficou conhecido em todo o Brasil.

Em 2018, quando fundou a Braiscompany em Campina Grande, no Agreste da Paraíba, o empresário passou a ser chamado de Antônio Ais. Com a promessa de gerar rendimentos mensais entre 3% a 10%, a empresa ganhou projeção nacional e se classificava como “a maior gestora de criptoativos da América Latina”. Atualmente, a “Brais”, como é chamada, tem sedes em Campina Grande, João Pessoa, Cuité e Monteiro, na Paraíba, Recife, Pernambuco, Fortaleza, no Ceará, e no coração de São Paulo.

O sucesso nos investimentos de Antônio também era atribuído à união de sua vida profissional e pessoal, tendo sua esposa, Fabrícia Ais, como cabeça “Gestora e Presidente do Conselho Administrativo da Braiscompany”, segundo o próprio site da marca. Nas redes sociais, o casal mostrava uma vida de alto padrão, com registros em carros de luxo, aviões privados, viagens em locações internacionais badaladas e ao lado de astros do futebol e celebridades da música.

Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais são os fundadores da Braiscompany. Juntos, fazem a gestão da empresa no Brasil — Foto: Camila Ferreira/Braiscompany
Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais são os fundadores da Braiscompany. Juntos, fazem a gestão da empresa no Brasil — Foto: Camila Ferreira/Braiscompany

A Braiscompany surgiu como primeira empresa própria do casal, mas eles já tinham passagens em outros negócios que vieram a falência. Com a “Brais”, Antônio e Fabrícia prometiam investimentos seguros e regulamentados que tiveram propaganda estampada em grandes ações de marketing, como jogos de futebol com estrelas, e em eventos culturais como o São João de Campina Grande. Na edição da festa em 2022, a Braiscompany ofereceu, inclusive, um camarote recheado de opções para curtir e recebeu várias celebridades durante 31 dias de festa.

No fim do mesmo ano, no entanto, quando a Braiscompany começou a atrasar os pagamentos aos clientes, os posts pessoais nas redes sociais do casal deram lugar a mensagens motivacionais. Na mesma época, Antônio Ais participou de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, em Brasília, para debater sobre o mundo dos criptoativos.

Em sua última aparição pública, em uma “live”, o empresário contestou as acusações feitas por clientes cujos pagamentos de rendimentos seguem atrasados. Em mais de 45 minutos, Antônio Ais falou da crise pela qual a Braiscompany passava, tranquilizou os clientes e recebeu apenas apoio, já que os comentários estavam restritos a pessoas que ele mesmo seguia.

Na quinta-feira (16) a empresa fundada por Antônio Ais foi alvo da “Operação Halving”, deflagrada em endereços na Paraíba e em São Paulo. A Braiscompany captava investidores sob a promessa de investimentos em criptomoedas com retornos ao mês, e após atrasos, passou a ser suspeita de golpe de milhões com criptomoedas. Segundo a PF, a empresa movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão.

Várias cédulas foram apreendidas pela PF na sede da Braiscompany — Foto: Divulgação/Polícia Federal
Várias cédulas foram apreendidas pela PF na sede da Braiscompany — Foto: Divulgação/Polícia Federal

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