“Saí do Rio para não ser morto”, diz Fabrício Queiroz em entrevista

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Fabrício Queiroz. Foto: Reprodução/Redes sociais

Investigado no inquérito das “rachadinhas” e ex-assessor do então deputado federal e hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos – RJ), Fabrício Queiroz explicou o motivo, nesta terça-feira (23/11), de ter deixado o Rio. “Saí do Rio de Janeiro por medo de ser morto. Eu ia ser queima de arquivo para cair na conta do presidente, assim como o Adriano [da Nóbrega]“, disse ele, em entrevista ao SBT.

Queiroz é acusado do ser o organizador do esquema de devolução de parte dos salários dos servidores na Assembleia Legislativa do Rio. No entanto, ele negou que a movimentação tenha existido. “Não existiu ‘rachadinha’”, atestou. “Se Deus quiser vou provar minha inocência.”

Após três anos em silêncio, ele concedeu entrevista ao SBT News e afirmou que foi orientado pelo advogado a ficar em silêncio sobre o tema, já que o processo corre em segredo de Justiça.

Sobre ser morto como queima de arquivo, Queiroz fez referência ao miliciano Adriano da Nóbrega, mais conhecido como Capitão Adriano, ex-PM morto em um sítio na Bahia em fevereiro de 2020. Ele é apontado como líder do Escritório do Crime, uma das milícias mais antigas e poderosas do Rio de Janeiro, que teria ligação com a família Bolsonaro.

O ex-assessor afirmou ainda que apesar de ter sido encontrado na casa de Frederic Wassef, advogado do presidente, eles não se conhecem pessoalmente. Segundo Queiroz, ficou na casa do defensor apenas para fazer um tratamento de saúde e é muito grato por isso. Afirma só conhecer Wassef pela TV.

Já sobre a amizade com a família Bolsonaro, Queiroz afirmou que são amigos, no entanto, estão afastados. “Eles são meus amigos sim e o presidente foi bem claro: ‘Queiroz é meu amigo e enquanto não ficar esclarecido [rachadinhas] cortamos relações e, se deus quiser vou provar minha inocência”, declarou o ex-assessor.

Quem é Fabrício Queiroz?

Ex-policial militar, Queiroz foi motorista e assessor de Flávio Bolsonaro por quase 10 anos. Nesse período, o filho “zero um” do presidente era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Em outubro de 2018, contudo, Queiroz foi exonerado do gabinete, justamente quando o caso veio à tona.

Queiroz é figura carimbada na família Bolsonaro. O atual presidente da República o conheceu ainda na década de 1980. Os dois são próximos e já compartilham imagens juntos nas redes sociais, entre elas as de uma pescaria. O próprio presidente já afirmou que ele e Queiroz são amigos há muitos anos.

Na Alerj, Queiroz recebia um salário de aproximadamente R$ 8 mil e acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. O Coaf, no entanto, encontrou na conta do ex-assessor saques em dinheiro que somam R$ 324 mil ao longo de um ano. Teve também cheques compensandos envolvendo, inclusive, a primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro.

Desde que a insvestigações vieram a público, Queiroz não foi mais visto. No ano passado, o policial militar aposentado enfrentou um câncer de cólon e chegou a ser internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para a retirada do tumor.

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