Suor excessivo e falta de ar: veja sintomas que levaram caminhoneiro a perceber que estava infartando enquanto dirigia em rodovia

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Wilson Zarpellon tem 57 anos e é caminhoneiro há cerca de 20 — Foto: RPC

Suor excessivo e falta de ar foram alguns dos sintomas que levaram o caminhoneiro Wilson Zarpellon, de 57 anos, a decidir parar no acostamento enquanto viajava a trabalho, no Paraná. Ele mora em Guarapuava, na região central do estado, e estava voltando para casa quando começou a infartar na rodovia.

O caminhoneiro conta que também sentiu tremores no corpo e teve sensação de desmaio.

“Eu na verdade não vinha muito bem de saúde… Parei abastecer o caminhão, passei um pouco mal. Melhorei, segui viagem, aí tive um apagão novamente e graças a Deus consegui controlar o caminhão e parar no acostamento”, relata.

O homem foi salvo por policiais rodoviários federais (PRFs), que o levaram diretamente para um hospital após serem acionados pelo motorista de um carro, que percebeu que havia algo de errado com o caminhoneiro. Relembre detalhes mais abaixo.

“O jeito que eu estava eu acho que eu ia falecer ali mesmo, no caminhão, parado. […] Estava com falta de ar, suor, tremedeira excessiva… tanto que, depois que eu cheguei em Matelândia, minhas batidas [do coração] estavam em 18 bpm, bem baixo. Aí me medicaram e me encaminharam pra Foz do Iguaçu, no hospital, onde colocaram um marca-passo”, conta.

Ainda antes de começar a infartar, Wilson já tinha agendado exames cardíacos porque já havia sentido falta de ar em outros dias. Ele é diabético e, agora, vai buscar novos tratamentos para cuidar da saúde e tentar evitar novos sustos como esse.

Passado o susto, outro objetivo é passar mais tempo com a família.

“Quero ficar mais perto da minha família, não foi fácil. Ter uma chance dessa… acho que eu tenho que parar com o caminhão e me tratar. Que eu vá sarar eu não vou, o médico já falou: eu tenho que me tratar pra eu conseguir levar mais pra frente um pouco a vida. Se eu teimar contra mim, para tudo”, afirma.

Wilson e a esposa, Sandra Regina Zarpellon — Foto: RPC
Wilson e a esposa, Sandra Regina Zarpellon — Foto: RPC

O que é e quais são os sintomas do infarto

O Infarto Agudo do Miocárdio é a maior causa de mortes no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.

Os principais fatores de risco são tabagismo, sedentarismo, alimentação ruim, colesterol alto e estresse em excesso, conforme o ministério. Diabéticos e hipertensos têm de duas a quatro vezes mais risco de sofrer um infarto.

“Os casos são mais comuns entre homens acima de 50 anos e em mulheres que já tenham passado pela menopausa, e os riscos vão aumentando gradualmente, mas há também várias causas de morte prematura de origem cardíaca”, explica o médico e cirurgião cardiovascular Mario Augusto Cray da Costa.

Segundo o Ministério da Saúde, entre os principais sintomas do infarto estão:

  • Dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, braço direito;
  • Peso ou aperto sobre o tórax;
  • Suor frio;
  • Palidez;
  • Falta de ar;
  • Sensação de desmaio.

“A dor também pode ser no abdome, semelhante a dor de uma gastrite ou esofagite de refluxo, mas é pouco frequente”, aponta o Ministério.

A pasta destaca que, se a pessoa sentir qualquer um dos sintomas ou um mal-estar súbito, deve acionar o SAMU ou procurar uma emergência.

“Na vida, cada segundo importa. No tratamento ao infarto agudo do miocárdio também”, categoriza.

Caminhoneiro sobreviveu devido a socorro rápido da PRF

Wilson se reencontrou com os policiais que o salvaram uma semana antes — Foto: RPC
Wilson se reencontrou com os policiais que o salvaram uma semana antes — Foto: RPC

O caminhoneiro Wilson Zarpellon sofreu o princípio de infarto no dia 23 de janeiro. Ele havia descarregado o caminhão em Foz do Iguaçu e estava voltando para Guarapuava quando passou mal na BR-277 em Matelândia, no oeste do estado.

O homem parou no acostamento e o motorista de um carro percebeu que havia algo errado, e acionou a PRF em um posto de atendimento próximo.

Ao chegarem no local e perceberem a gravidade da situação, os policiais decidiram levá-lo diretamente para um hospital ao invés de esperarem a chegada de equipes médicas de socorro – e foram os minutos economizados que salvaram a vida do homem.

Na sexta-feira (31), Wilson se encontrou com os policiais que o salvaram.

Wilson se reencontrou com os policiais que o salvaram uma semana antes — Foto: RPC
Wilson se reencontrou com os policiais que o salvaram uma semana antes — Foto: RPC

“Eu só tenho a agradecer eles. Porque se fosse um pouco mais de tempo, talvez ele não tivesse resistido.[…] Eu sempre entregava [a Deus], quando ele saía eu dizia: ‘Que Nossa Senhora Aparecida vá na frente e que os anjos vão do lado e atrás te protegendo’. A gente sempre teve muita fé”, afirma a esposa de Wilson, Sandra Regina Zarpellon, com quem ele é casado há mais de 30 anos.

Para Fernando Santos da Rosa, um dos policiais que socorreu o caminhoneiro, ter salvo a vida do profissional foi gratificante.

“No nosso trabalho, infelizmente, a gente vê muita gente ferida, gente que perde a vida em acidente. Nesse caso foi o oposto: foi um salvamento, e que fica marcado pro resto da vida”, afirma.

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