Veja quem é Allan Turnowski, ex-chefe da Polícia Civil preso no Rio

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Allan Turnowski. Foto: Reprodução

Por Thalys Alcântara

Preso na sexta-feira (9/9) por suspeita de envolvimento com jogo do bicho, o delegado Allan Turnowski, de 52 anos, já ocupou o cargo máximo da Polícia Civil do Rio de Janeiro por duas vezes.

Defensor do que chama “tolerância zero” na segurança pública, deixou o cargo de chefia da polícia no começo do ano para se candidatar ao cargo de deputado federal, com apoio do governador Cláudio Castro. Ele se filiou ao PL, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro.

O delegado inclusive marcou presença na manifestação do último dia 7 de setembro, tirando uma foto ao lado do presidente.

Para o Ministério Público do Rio de Janeiro, Turnowski é suspeito de receber propina do jogo do bicho e de até arquitetar o assassinato do bicheiro Rogério de Andrade.

Essa última gestão de Turnowski na Polícia Civil começou em 2020. Foi um período marcado pela ação mais letal na história da polícia, com 28 mortos no Jacarezinho, em maio de 2021. Ele defendia a legitimidade dessa ação e inclusive a usava como exemplo em sua campanha eleitoral.

Chefia antiga

O destaque de Turnowski na Segurança Pública do Rio de Janeiro não é de agora. Ele foi chefe da Polícia Civil entre 2009 e 2011. Nessa época, ele coordenou a operação de retomada do Complexo do Alemão.

A famosa cena transmitida ao vivo na TV, que mostrava traficantes fugindo em massa da Vila Cruzeiro, após ocupação da polícia, aconteceu durante a gestão de Turnowski na Polícia Civil.

Em 2019, ele recebeu a Medalha Tiradentes na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Uma homenagem do deputado Anderson Moraes.

No documento que justifica a condecoração, Turnowski é apontado como o responsável pelas grandes operações do estado na primeira década dos anos 2000. Ele coordenou todas as delegacias especializadas do Rio de Janeiro entre 2003 e 2009, segundo o documento.

Outra investigação

Uma outra operação já afetou o destino de Turnowski e foi a motivação para ele deixar a chefia da Polícia Civil em 2011. Foi a Operação Guilhotina da Polícia Federal, que prendeu policiais militares e civis suspeitos de vazar operações para traficantes, milicianos e pessoas ligadas ao Jogo do Bicho. Após a operação, Turnowski deixou o cargo.

Também não é a primeira vez que o delegado agora preso deixou a Polícia Civil temporariamente. Em 2012, ele saiu de licença para trabalhar na Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio.

Com todo esse tempo em cargos de relevância, Turnowski recebeu pelo menos 30 condecorações, entre moções de aplausos, títulos de cidadão e medalhas.

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